Resumo

No futebol são notórias as exigências psicofísicas impostas aos jogadores em busca dos melhores resultados desportivos. Essas exigências são oriundas, principalmente, de altas cargas de treinamento e por um calendário competitivo muito extenso, o que aumenta a necessidade de manutenção de níveis elevados de desempenho por longos períodos de tempo, dificultando a recuperação física e psicológica dos atletas. O desequilíbrio entre o estresse resultante das demandas esportivas (treinamentos e competições) e sua devida recuperação pode ocasionar efeitos negativos como redução do desempenho e o overtraining. Portanto o objetivo deste estudo foi investigar o comportamento de variáveis psicofisiológicas, possíveis indicadores dos estados de estresse e recuperação em jogadores de futebol ao longo da temporada esportiva e correlacioná-las com as cargas de treinamento. Participaram deste estudo 17 jogadores de futebol (18,4±0,6 anos, 9,64±1,61 % de gordura e VO2máx 49,46±2,88 ml/kg/min.) da categoria júnior de uma equipe de primeira divisão nacional do Brasil. Foram monitoradas a percepção de estresse e recuperação por meio do questionário RESTQ-Sport, a variabilidade de frequência cardíaca (VFC), analisada no domínio do tempo e da frequência através de registros dos intervalos R-R em repouso, e o tempo de reação simples. Efetuaram-se três coletas de dados, um controle no início da pesquisa (C), uma após quatro semanas de treinamentos intensos (T1), e outra depois de quatro semanas de treinamentos leves (T2) realizados após T1. As cargas de treinamentos foram quantificadas por meio de impulsos de treino. Não se encontraram diferenças significativas em nenhuma das escalas da percepção de estresse e recuperação e na VFC nos três momentos de coletas. O tempo de reação simples apresentou um aumento significativo (p=0,016) em T1 em relação a C. Em relação às cargas de treinamento, elas apresentaram correlações negativas significantes (p<0,05) com os índices de VFC (DP FC, SDNN e VLF_ % ) em T1 e com o índice VLF_Hz em T2. Os resultados indicam que o tempo de reação foi a medida mais sensível às alterações das cargas de treinamento, e que valores VFC estão relacionados a essas modificações

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