Resumo

Adaptações induzidas pelo treinamento esportivo (TE) são proporcionadas pela carga interna imposta ao organismo, a qual pode ser quantificada por meio da frequência cardíaca (FC) e da percepção subjetiva de esforço da sessão (PSE-S). O objetivo desta pesquisa foi quantificar a carga interna das sessões de treino e das competições de diferentes níveis em atletas jovens de ginástica acrobática (GACRO) do sexo feminino. Foram selecionadas para a pesquisa 10 ginastas saudáveis (12 ± 2 anos, 39,0 ± 10,6 kg, 150,2 ± 14,4 cm, 15,1 ± 1,7 % de gordura, 2,7 ± 1,5 estágio de Tanner) e, após serem familiarizadas aos procedimentos do estudo, foram acompanhadas durante 20 semanas da temporada, sendo registrado 99 sessões de treino (ST) e quatro sessões competitivas (SC), (regional, estadual, nacional e internacional). Durante as STs e SCs a carga interna das atletas foi monitorada através das zonas de FC (5 zonas) e PSE-S. As zonas foram determinadas a partir da FCpico registrada em um dos dois protocolos progressivos utilizados Protocolo British Columbia Children's Hospital (BCCH) e o Yo-Yo Intermittent Recovery Test Level 2 (Yo-Yo – IR2). A normalidade dos dados foi garantida através do teste de Shapiro-Wilk e foram utilizados os testes paramétricos: Análise de Variância (ANOVA), Correlação de Pearson, Teste T de Student pareado e os testes não paramétricos: teste de Friedman e Kruskal-Wallis. Em relação à PSE-S, os resultados demonstraram padrão ondulatório de oscilações, no entanto, tais variações não foram marcantes a ponto de repercutir em baixos valores de monotonia e estresse em cada bloco de treinamento. Além disso, não houve diferença na PSE-S entre as competições. O tempo total em cada uma das zonas de FC não diferiu ao longo das semanas de treino, mas foi diferente quando as competições foram comparadas, sendo que em competições regionais as atletas passaram mais tempo da série nas zonas 1 e 2 (Z1 – Regional = 20,2 ± 3,4%; Estadual = 16,2 ± 1,8%; Nacional = 11,0 ± 1,8%, p < 0,001; Z2 – Regional = 35,6 ± 1,9%; Estadual = 30,3 ± 4,0%; Nacional = 25,0 ± 4,0%, p < 0,001) e em competições nacionais elas passaram mais tempo da série nas zonas 4 e 5 (Z4 – Regional = 16,9 ± 2,3%; Estadual = 22,3 ± 2,2%; Nacional = 25,6 ± 2,3%, p < 0,001; Z5 – Regional = 3,6 ± 0,8%; Estadual = 4,6 ± 1,4%; Nacional = 7,9 ± 1,0%, p < 0,001). A competição Internacional não obteve comparações de dados pois somente duas atletas participaram da mesma. Em conclusão: as atletas durante toda a temporada de treinos permanecem a maior parte do tempo nas menores zonas de intensidade da FC. Característica diferente das competições, no qual quanto mais difícil o nível técnico e de importância, as atletas permanecem mais tempo nas maiores zonas de intensidade da FC.

Acessar