Resumo


Mudanças sociais têm alterado as possibilidades de brincar das crianças pequenas no contexto escolar, entretanto, pouco se sabe sobre o que os pré-escolares fazem no ambiente domiciliar. Desta forma, a pesquisa teve como objetivo identificar as atividades oferecidas em casa (entre elas o brincar) para crianças em idade pré-escolar, analisando a frequência, a oferta e a relação entre aspectos socioeconômico dos pais/responsáveis com as atividades oferecidas. Trata-se de um estudo de campo, realizado no município de Palmas, TO, com 133 pais/responsáveis que responderam a um questionário indicando a frequência de realização das atividades que oferecem a seus filhos e também informações sobre o perfil socioeconômico (gênero, idade, escolaridade e renda familiar). As atividades mais frequentes foram: realizar trabalhos manuais (82%); conversar com os pais (79%); praticar cálculos e leituras (77%); assistir televisão (75%) e conversar com amigos (72%). As atividades menos frequentes foram: nadar e brincar na piscina (83%), usar computador (67%), brincar no parque (58%), participar de jogos com movimento (53%) e andar de bicicleta (50%). A elevada frequência de atividades manuais, cálculo e leitura no cotidiano das crianças se assemelham as rotinas escolares que limitam o brincar e a corporeidade infantil. O perfil socioeconômico dos pais e responsáveis influenciou diretamente na oferta das atividades de brincar no parque, conversa com os pais, cálculo e leitura, andar de bicicleta e uso de computadores. A alta frequência de atividades fora da escola relacionadas à escolarização de pré-escolares aponta para o furto do lúdico também no ambiente domiciliar, o que caracteriza a necessidade de implantar medidas para reverter essa situação.

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