Resumo

Os estudantes universitários, em geral, são jovens em busca de formação profissional, que estão passando por uma fase de transição caracterizada por significativas mudanças morfofisiológicas, comportamentais, cognitivas e sociais. Esse momento da vida coincide com o ingresso no ensino superior, onde novas relações sociais são estabelecidas e comportamentos são adquiridos, tornando o universitário vulnerável a situações que colocam em risco a sua saúde. Para os alunos que residem em moradias universitárias, além dos fatores já mencionados, existe ainda a questão da mudança de cidade, que resulta no afastamento do ambiente familiar e da rede social, bem como o próprio fato de morar em uma residência universitária, onde um novo espaço será dividido com pessoas desconhecidas. Objetivo: Traçar um perfil de saúde dos moradores da Casa do Estudante Universitário da Universidade Federal de Santa Maria. Métodos: Estudo descritivo com delineamento transversal, realizado com 768 estudantes. Como instrumento para coleta de dados foi utilizado um questionário, administrado de forma autoaplicada. Foi realizada análise descritiva incluindo: média e desvio-padrão, para as variáveis contínuas; frequências e intervalo de confiança, para as variáveis categóricas, sendo as análises conduzidas no programa estatístico STATA 12.0. Resultados: Considerando o somatório da atividade física (lazer e deslocamento) 71,8% dos pesquisados eram ativos, 55,8% eram ativos somente no deslocamento, e 30% ativos somente no lazer. Apenas 11,2% dos estudantes apresentaram consumo regular de frutas, verduras e legumes, 42,4% referiu ter consumido álcool em excesso no último mês, e 9,4% ter consumido pelo menos um cigarro nos últimos 30 dias. Observou-se ainda que 18,9% dos estudantes percebiam sua saúde como regular/ruim, 6,2% relataram a presença de dislipidemias, e 25% apresentaram excesso de peso. Conclusão: Pode-se dizer que os pesquisados apresentaram baixos níveis de atividade física, principalmente no lazer; baixo consumo regular de frutas, verduras e legumes; excessivo consumo de álcool e tabaco; elevada prevalência de autopercepção de saúde regular/ruim; assim como elevada prevalência de excesso de peso. Portanto percebeu-se a necessidade de desenvolvimento de programas que incentivem a adoção de um estilo de vida mais saudável nessa população, sendo a universidade um local propício para criação e implementação de estratégias que estimulem mudanças comportamentais. 

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