Resumo

Apesar dos desafios enfrentados pelas mulheres atletas, houve notável aumento em sua participação ao longo das décadas, tanto em competições nacionais quanto internacionais, incluindo os Jogos Olímpicos. Em Mato Grosso, assim como em nível nacional, a presença feminina no Atletismo está em ascensão, mas são necessários mais estudos para compreender plenamente essa realidade e promover a igualdade de gênero no campo esportivo. O presente estudo tem o objetivo de traçar o perfil sociodemográfico e identificar os motivos para a prática do Atletismo em mulheres de Mato Grosso. Sessenta e sete atletas mulheres de Atletismo, com idades entre 13 e 36 anos, participantes dos Campeonatos Estaduais de Atletismo de Mato Grosso responderam ao questionário. O questionário abordou informações pessoais, de participação na modalidade e de motivação para a prática do Atletismo. As coletas de dados ocorreram durante os eventos competitivos da modalidade no estado. Após tabulação dos dados, os resultados foram apresentados em médias, desvios padrão e porcentagens. A média de idade das atletas foi de 17,66±3,79 anos, sendo 63% menores de idade. A maioria concentra-se na região metropolitana de Cuiabá, e apenas 30% recebem bolsa-atleta. A maioria das atletas não trabalha, e está no ensino médio. O tempo médio de prática é de 3,52±2,85 anos, com mais da metade das atletas sendo experiente na modalidade, e a frequência semanal de treinos é alta (a maioria treina 6 dias por semana). Apesar da juventude e da falta de incentivos, as atletas demonstram comprometimento com a prática, impulsionadas principalmente por fatores intrínsecos de motivação, como o sentimento de gostar da modalidade e ter prazer efetuando a prática. Conclui-se que os desafios enfrentados pelas mulheres atletas de alto rendimento do Atletismo em Mato Grosso incluem falta de estrutura e de incentivo financeiro, e dificuldades na conciliação entre treinos e outras atividades. A concentração das atletas em Cuiabá sugere busca por melhores condições diante de dificuldades logísticas. A dedicação à modalidade é alta, motivada por fatores intrínsecos e influências familiares. Compreender esses desafios é crucial para promover a equidade de gênero e o desenvolvimento do esporte no país.

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