Resumo

Este trabalho faz um recorte epistêmico na análise da política de cotas raciais de acesso ao ensino superior nas universidades públicas brasileiras. Nossa questão é investigar o caráter raça e classe na implementação de tais medidas redistributivas. Partimos do pressuposto que a tentativa de igualdade formal pensada nos textos constituintes das revoluções americana e francesa não alcançou a todos e, tal medida tornou-se numa das contradições da modernidade. O aspecto de inautenticidade da modernidade latina americana citada por Martins (2000) que se baseia na visão de mundo do eurocentrismo, através da relação colonial de exploração e escravidão alcançou as atuais conseqüências desiguais para grupos marginalizados e estigmatizados como é o caso dos negros, pobres, homossexuais, transexuais, pessoas com algum tipo de deficiência, mulheres, entre outras minorias sociais. Os argumentos acadêmicos e dos direitos humanos das ações reivindicatórias de políticas públicas que atendam as demandas sociais de tais grupos é o nosso interesse. Trata-se da tentativa de garantir igualdade substantiva no campo educacional pelo acesso ao ensino superior. Contribuímos para debater neste eixo de trabalho, a questão do direito a garantia da igualdade concreta aos jovens negros no processo de acesso aos cursos de graduação nas universidades públicas brasileiras.

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