Integra

Incentivados pela prisão de Nuzman, deputados e senadores apresentam projetos de lei para o esporte.

Bobagem, senhores, bobagem. As excelências querem se recuperar do vergonhoso drible que tomaram, porque dormiram no ponto. Os políticos sabiam sobre a fragilidade da estrutura do nosso esporte. Mas, silenciaram, em vez de rosnar como cães de guarda do dinheiro público. Omissos ou cúmplices?

Pior!

Nuzman participou de dezenas de audiências públicas na Câmara dos Deputados. Foi aplaudido, sempre! Agora, qualquer ação do Legislativo é oportunismo, é seguir a onda. É remendo grosseiro, apenas isso.

O episódio Nuzman é uma gota no movimento olímpico. O buraco é mais embaixo! E bem maior!

O esporte precisa, antes, de uma avaliação do que foram as últimas décadas, o dinheiro que se teve e os resultados que não vieram! Corrigir esse buraco.

O esporte não precisa de mais remendos na legislação, isso não resolve. O Brasil tem 8.813 atos normativos. São leis, decretos, portarias!!! Oito mil!!! E como diz o advogado Pedro Tengrouse, o sistema federativo é de 1945. Esse sistema é eficiente à nossa realidade?

Por isso, precisamos de uma mudança radical que comece pela exigência de ter no Ministério um entendido no setor, e não um aventureiro de ocasião, como deputados que lá estiveram por anos e anos, para absolutamente nada, a não ser fechar os olhos aos roubos que se sucediam no caixa público.

Hoje, a imprensa noticia que o novo estatuto do COB sairá “às pressas”. Meu Deus! Mudaram apenas as moscas?

Essa comissão que fará a reforma precisa de gente como Lars Grael, Magic Paula, Ana Moser. Todos têm passado limpo no esporte e são gestores de projetos sociais. Uma comissão que tenha Bebeto de Freitas, o grande nome esquecido do esporte, mas o "vidente" da realidade de agora. E que tenha um pai de atleta, no mínimo. De preferência pais-advogados, porque eles sabem onde estão os furos que tiram o dinheiro de seu objetivo final.