Resumo

Iniciamos nossas considerações a partir de uma
constatação: a Educação Física escolar passa por uma
grave crise, necessitando reformular alguns de seus
conceitos e, principalmente, sua prática. Essa crise pode
ser confirmada quando vemos que algumas escolas
particulares de 1º e 2º graus têm substituído as aulas de
Educação Física por outras disciplinas consideradas como
mais relevantes. Constatamos uma crise na área também
quando observamos a "fuga" de alunos das aulas, fuga
esta que se dá quase sempre por meio de atestados
médicos ou de trabalho falsos. Percebemos esta crise
quando ouvimos muitas pessoas relatando verdadeiros
traumas causados nas aulas de Educação Física; pessoas
que foram vítimas de chacotas, subjugações e
preconceitos, simplesmente por não serem habilidosas, e
que acabaram sendo excluídas das aulas. E, finalmente,
ligado a esse último fato, podemos observar uma falta de
conhecimento e autonomia corporais na população, que se
traduz pela ausência de hábito e jeito para realizar
atividades físicas, além de uma falta de conhecimento que
permita assistir atividades esportivas ou de dança.
Essas constatações não nos permitem afirmar que
as aulas de Educação Física têm sido ruins, já que muitas
pessoas relatam experiências gratificantes. O problema é
que a Educação Física tem sido útil e motivante para
poucos alunos. Esse fato remete-nos à certeza de que a
Educação Física não sabe trabalhar com as diferenças
apresentadas pelos alunos. Esse é o tema central que
pretendemos desenvolver nesta oportunidade, propondo
uma Educação Física Plural.

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