Resumo

Introdução

Ao receber o convite para escrever nesta edição da Revista Brasileira de Educação Física e Esporte, comemorativa aos 30 anos de Pós-Graduação em Educação Física no Brasil e, em especial, em nossa Escola de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo, senti-me, ao mesmo tempo, honrado e preocupado.

Honrado pelo reconhecimento de um trabalho desenvolvido por 28 anos, antecedidos por quatro anos como estudante nessa gloriosa instituição. Preocupado pela responsabilidade de transmitir um pouco de minha experiência como docente e pesquisador desta casa de excelência e modelo na educação física e esporte, sempre ousada na suas propostas e incentivadora de inovações.

O trabalho iniciou-se na condição de Professor Voluntário (figura não mais existente no quadro funcional de USP) em meados de 1977, juntamente com pessoas que hoje também ocupam lugar de destaque em nossa área de atividade. Durante alguns meses, exerci essa função atuando como auxiliar na disciplina Basquetebol, então ministrada pelos professores José Medalha e José Guilmar Mariz de Oliveira.

Nesse mesmo ano, a Escola de Educação Física (EEF) da USP (Esporte ainda não constava do nome, pois o único curso existente era o de Licenciatura em Educação Física) lançava uma de suas várias propostas desafiadoras e inovadoras. Seria a primeira escola de educação física do Brasil e da América Latina a lançar um programa de Pós-Graduação “Stricto Sensu” na área (AMADIO, 1999).

Este fato trouxe para nossa Escola professores de outras universidades brasileiras e também incitou os docentes da EEF a procurar cursos de mestrado e doutorado fora do país para que tivéssemos massa crítica e formação sólida para dar continuidade ao programa que, em seu início, contou com a colaboração de docentes de outras instituições, inclusive fora de São Paulo e do país.

A implantação do programa de Pós-Graduação em Educação Física na EEF trouxe a mim muitos benefícios ao longo dos primeiros anos de sua implantação. Um deles foi a convivência com pessoas de diferentes áreas do conhecimento na Educação Física e no Esporte, vindas de outras regiões do país e com realidades completamente diferentes da nossa. Essa convivência contribuiu para a ampliação da visão restrita que, normalmente, estudantes ou recém formados têm de sua área de atuação. Conviver com essas pessoas trouxe um crescimento profissional, acadêmico e pessoal incalculável. Através de nossas trocas constantes de informações e idéias, pude iniciar um processo de aperfeiçoamento e melhoria das condições da própria disciplina que eu já ministrava (Basquetebol), além de começar a me interessar pelo programa e pensar em cursar o Pós Graduação já visando uma futura opção pela carreira acadêmica.

Formado em 1974, minha carreira seguia um certo padrão estabelecido pelas demandas da época: ministrar aulas em escolas de primeiro e segundo grau e ser técnico em algum clube. Esse tempo era dividido com a docência no ensino superior, ministrando aulas na Escola de Educação Física de Jundiaí e na Escola de Educação Física da USP.

Ao optar pela pós-graduação, eu sabia que estava definindo uma carreira e que, mais cedo ou mais tarde, teria que abarcá-la de forma completa, sem qualquer outra opção. E então começa a história dessa vinculação que teve momentos bons e complicados, dificuldade na escolha do orientador, troca de orientação (e até o falecimento do orientador às vésperas da defesa da dissertação de mestrado), dúvidas quanto ao doutorado e a saída do programa de doutorado em busca de uma linha de pesquisa que se adequasse a uma futura atuação como docente e orientador desse mesmo programa.

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