Resumo

Fruto de revisão bibliográfica e reflexão, o artigo analisa a extensão universitária desde o surgimento histórico, no Brasil, abordando o seu caráter “extensionista”, e procurando superálo, pelo entendimento das possibilidades abertas por uma política cultural, vinculada ao ensino e à pesquisa, a partir das atividades de lazer, nas faculdades de educação física. Entende como uma das características principais da Extensão a viabilização de um canal de relacionamento entre universidade e grupos sociais diversos, e por isso, a partir do momento que se configura com uma intervenção social, pode também ser entendida como uma política cultural ou mesmo como parte desta. Analisa os equívocos presentes no entendimento da questão da Extensão, desvinculada do Ensino e da pesquisa, como mera prestação de serviços. Paralelamente, analisa o conceito de cultura e seus usos equivocados, bem como as conseqüências, em termos de fixação de políticas culturais. Finalmente, relaciona cultura, lazer e educação física, com as ações da Extensão Universitária, colocando a Universidade como um local privilegiado para a formulação das políticas culturais, não buscando suprimir os espaços do poder executivo, mas sim como uma forma de cumprir seu papel de análise dos diversos contextos, construindo a partir e em conjunto com o público alvo novos conhecimentos e propostas que possam compor as políticas no campo do lazer, visto ser este um de seus objetos de estudo. Conclui que as faculdades de Educação Física são um importante local para o desenvolvimento de ações de extensão no campo do lazer, o que pode proporcionar que, com o desenrolar destes projetos, haja uma maior reflexão por parte destas faculdades em relação à área do lazer, campo fértil para redimensionar os conhecimentos sobre o tema, através da execução de novas pesquisas, ou pela resignificação do próprio ensino de graduação. PALAVRAS CHAVE: Extensão Universitária, Cultura, Lazer e Educação Física.