Resumo

INTRODUÇÃO

Mediante a alta incidência de licença médica decorrente de lesões musculo esqueléticas na população de policiais militares, a avaliação dos possíveis fatores causadores destas lesões se faz necessário, uma vez que o efetivo militar é baixo e o afastamento pode causar prejuízos à corporação e à sociedade, que depende diretamente da função do profissional militar.
Além disso, o conhecimento das causas poderá melhorar a qualidade de vida do policial militar e reduzir o afastamento desses indivíduos e inclusive diminuir o gasto do estado.
O presente trabalho tem como objetivo avaliar a prevalência e as principais causas dos acometimentos músculo esqueléticos em policiais militares.

MATERIAL E MÉTODO 

AMOSTRA
Serão avaliados os policiais militares que concordarem em participarem do projeto. 

EXAMES
Será aplicada uma anamnese para avaliação das atividades de vida diária, da prática de atividade física e presença de lesões musculo esqueléticas. Será avaliada também a flexibilidade de tronco e membros inferiores pelo banco de Wells e força musculares dos músculos do abdômen e músculos que sustentam a coluna vertebral. 

RISCOS ESPERADOS
Pode ocorrer o risco do voluntário se sentir constrangido durante a aplicação dos questionários ou durante a realização dos demais testes. No entanto, não será exigido do voluntário sua identificação nos questionários

RESULTADOS
Os participantes tinham idade de 23 a 53 anos de idade com média de 41 anos. Foram respondidos 30 questionários e a amostra foi composta por Policiais Militares do Oitavo Batalhão da Polícia Militar de Minas Gerais que concordaram em participar do projeto.
Entre as patentes militares, os Sargentos estiveram em maior colocação (63%), ficando em segundo lugar os Subtenentes em número de 3 (10%).
Todos os Policiais Militares trabalham na área administrativa, com média de carga horária de 7 horas por dia, trabalhando sentado 28 PMs (93%), sentindo-se confortável em seu ambiente de trabalho 14 (46,6%) e 10 (33% ) sentindo-se desconfortável. 
O fardamento mais usado é o C1 (70%), e o uso do colete a prova de balas e o cinto de armamento durante 2 vezes na semana, ao serem usados pelos PMs, relataram dor na coluna lombar (20%)
Em relação à atividade física fora do ambiente militar, 33% relata fazer o uso da corrida como esporte, em uma frequência de 2 vezes na semana (30%) com duração de 1 hora (53%), usando o tênis como calçado (46%), sendo que 83% dos Policiais alongam antes e 53% alongam ao final da atividade física.
Dos PMs praticantes de atividade física, 66% não fazem com acompanhamento específico e 66% nunca fizeram uma avalição postural.

DISCUSSÃO
O perfil sociodemográfico dos PMs do 8º Batalhão de Polícia Militar, Lavras, MG, Brasil, foi semelhante ao encontrado em estudo com policiais militares do Rio de Janeiro Ferreira et al. (2011), cuja idade dos participantes foi de 23 a 53 anos com média de 43 anos.
Dos PMs estudados, todos trabalhavam no setor administrativo, com carga horária média de 7 horas/dia, repercutindo uma menor chance de lesão. No mesmo aspecto, Silva et al. (2012) em seu trabalho, concluiu que Policiais que trabalham no setor administrativo tem 16% de chance a menos de obter lesões.
Em relação à vestimenta dos policiais, a principal é a farda, e a variedade e os acessórios que os acompanham geram muito incomodo e dor para quem usa. Nesse estudo chegou-se na conclusão que a maioria dos PMs usam fardas C1, que é a farda administrativa, fazendo uso em alguns dias da semana do cinto de armamento e o colete a prova de balas. 
Este estudo apresenta limitações de cunho científico, pela escassez de publicações relacionadas à saúde física do policial militar.

CONCLUSÃO
A proporção de voluntários e resultados no trabalho foi considerada baixa, pois a pesquisa ainda está em andamento. Mas sugere-se que o fardamento, acessórios que os compõe, a atividade física fora do ambiente militar sem acompanhamento adequado e as atividades militares como a marcha, levam a lesões em policiais militares.


 

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