Resumo

Este artigo trata de investigar se, e de que modo, a prática física aparece naprodução cientifica divulgada em revistas de psiquiatria. Em um primeiro olhar poderia parecer mais produtivo investigar o que circula sobre prática física relacionada à terapêutica dos transtornos psíquicos em revistas da área da educação física ou saúde mental, pois se observa inúmeros trabalhos apontando a relação de benefícios na adoção da atividade física na saúde e em sujeitos portadores de sofrimento psíquico (ACSM, 1998, BOUCHARD; SHEPHARD; STEPHENS, 1990, ANTUNES, 2005, BOSSI; OLIVEIRA, 2004, ARIDA, 2007). Então, porque não pesquisar em periódicos da educação física? Porque é sabida a influência da psiquiatria no âmbito da saúde mental, mesmo com a inclusão cada vez maior de profissionais das mais diversas áreas (educação física, fisioterapia, artes, terapia ocupacional etc.), a verdade sobre este campo emana da psiquiatria, ainda nos dias atuais. Mesmo com o surgimento de trabalhos em saúde mental que discutem a prática física (ou prática corporal) em bases epistemológicas não biomédicas (LUZ, 2001, DAMICO, 2007, WACHS, 2008), os efeitos de verdade sobre a saúde mental estão arraigados na fala médica, especialmente pelo que é veiculado no meio cientifico.