Resumo

O comportamento de atividade física dos jovens é alvo de preocupações em toda a comunidade científica, sendo que a escola, dadas as suas valências, é um organismo determinante na promoção deste comportamento. O modelo sócio-ecológico para a atividade física reconhece a interação de diferentes fatores, provenientes de diferentes níveis, que são determinantes deste comportamento. O objetivo deste estudo é determinar o contributo de fatores de diferentes níveis (individual, envolvimento social e físico) no comportamento de atividade física. Participaram no estudo 1267 jovens (693 rapazes e 547 raparigas), que foram avaliados por autorrelato nas variáveis: atividade física, experiência desportiva anterior, diversão, suporte de professores e amigos, e envolvimento físico escolar. Os resultados apontam para uma correlação positiva e estatisticamente significativa de todas as variáveis em estudo com a atividade física. Através do modelo de regressão hierárquica, constatou-se que os fatores de índole individual (sexo, experiência desportiva anterior e diversão) explicam 19.3% da variância de atividade física entre os jovens (p<0.01). Contudo, os outros determinantes sociais e do envolvimento escolar também são significativos (p<0.01), apesar de explicarem em menor percentagem a variância dos níveis de atividade física (7.5% e 0.6%, respetivamente). A hipótese previamente proposta foi confirmada neste estudo para jovens portugueses. Os resultados vão ao encontro da abordagem sócio-ecológica, propondo que o sucesso das intervenções escolares para promoção da atividade física devem considerar fatores de diferentes níveis que influenciam o comportamento do indivíduo.

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