Prefácio

Parte de Para Que Servem as Escolas? . páginas 3

Resumo

Lauro de Oliveira Lima surpreendeu-me com um telefonema do Rio para Brasília, pedindo que prefaciasse um novo "livrete" que pretendia lançar. Claro que aceitei. E mais: senti-me profundamente lisonjeada.

Lauro de Oliveira Lima foi, de certo modo, um dos meus mestres, e isso, sem sabê-lo. Ao redigir minha tese de doutorado na Alemanha, Die brazilianische Bildungspolitik (A política brasileira de formação —Munique, Fink-Verlag, 1975), apoiei-me em textos importantes de sua autoria, como O impasse na educação (1969), Escola secundária moderna (1965) e Tecnologia, educação e democracia — Educação no processo de superação do subdesenvolvimento (1965). Não sabia, naquela ocasião, que Lauro de Oliveira Lima era, em teoria e na prática, um pioneiro e introdutor do pensamento de Piaget no Brasil. 

Conheci o diretor do Centro Experimental e Educacional Jean Piaget (centro que acaba de completar vinte anos de existência) e o mentor da primeira escola piagetiana no Brasil (A chave do tamanho) em um encontro da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em Brasília (1976), ocasião em que organizava uma mesa na qual seria discutida, de um ponto de vista crítico, a política educacional brasileira. A escolha de Lauro de Oliveira Lima para compor essa mesa, juntamente com Luiz Antonio Rodrigues da Cunha, Maria Brandão e Jacques Venoso, não poderia ter sido mais acertada, apesar de ter me valido um severo puxão de orelhas do então reitor da Universidade de Brasília (UnB) e uma inesperada crítica de Carlos Lacerda, que se apressou em denunciar, pela imprensa, as tendências esquerdistas dos componentes e da coor-denadora da mesa. 

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