Resumo

O objetivo desse estudo foi analisar a preferência podal e assimetrias interlaterais de desempenho no chute de potência em crianças. Vinte e quatro meninos praticantes de futsal foram divididos em três grupos etários: seis, oito e 10 anos. A análise da preferência podal foi realizada por meio da observação da preferência de uso por uma das pernas em diferentes tarefas motoras, classificadas nas categorias: estabilização, mobilização geral (sem relação com tarefas do futebol) e mobilização específica (tarefas relacionadas ao futebol). A análise da assimetria de desempenho foi feita em função de parâmetros cinemáticos, após as crianças terem sido filmadas no desempenho do chute com a perna preferida e com a perna não-preferida com marcadores nas articulações do ombro, quadril, joelho e tornozelo. A avaliação da preferência podal indicou diferenças significativas entre as tarefas de estabilização e as de mobilização. Nas tarefas de estabilização os três grupos apresentaram grande variabilidade, o que abrangeu desde preferência esquerda consistente a preferência direita consistente. Nas tarefas de mobilização a grande maioria das crianças apresentou preferência podal direita consistente em todas as idades. Os resultados indicaram que a preferência podal é dependente da tarefa. A avaliação de desempenho indicou vantagem da perna direita na maioria das variáveis e nenhuma alteração da relação de desempenho entre uma perna e outra foi detectada entre as idades. Esses achados sugerem um desenvolvimento bilateral do chute, propiciado por mecanismos de transferência interlateral de aprendizagem. Tais resultados indicam que a preferência podal e as assimetrias interlaterais de desempenho são similares entre crianças de diferentes faixas etárias com prática regular em ações motoras relacionadas ao futebol

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