Resumo

Na ginástica olímpica (GO), a prevalência de lesões é de 50-60% nos membros
inferiores, 25-31% nos membros superiores e 12-19% no tronco e coluna vertebral.
Tais lesões ocorrem por sobrecargas externas (fatores extrínsecos) e internas (fatores
intrínsecos), estando em proporção direta com o nível de destreza e tempo de
prática (TP). Assim, dada à exigência e à complexidade dos movimentos, a GO é
um esporte que expõe o indivíduo a um risco alto de lesões. Este estudo teve como
escopo pesquisar a incidência, tipo de lesões e queixas álgicas em praticantes de GO
competitiva e recreativa de uma academia de Natal-RN. Procurou-se também
correlacionar o TP e as variáveis de presença de lesões e queixas álgicas, verificando
as probabilidades de uma acontecer adjunta a outra.A pesquisa foi descritiva, com
uma população de 30 ginastas e uma amostra de 26 (86,6% da população), na faixa
entre 7 e 23 anos, selecionada através do método não-probabilístico intencional;
foram divididos em 2 grupos (13 do treinamento competitivo - TC/ 13 do recreativo
- TR), incluindo-se os que apresentavam lesão no momento da avaliação e excluindose os que não estavam praticando regularmente a GO. Aplicou-se um questionário
com perguntas abertas e fechadas, coletando: identificação; antecedentes pessoais e
familiares; tempo e objetivo da prática (para classificar em TC ou TR); lesões anteriores
e momento de acontecimento; e queixas álgicas e locais de acometimento. Os dados
foram analisados pelo programa Microsoft Excel do Windows XP, calculando-se as
percentagens e a razão de chance (q) de uma variável acontecer associada à outra.
Observou-se que no TC (TP > 3 anos): 92,31% tiveram lesões anteriores, 88%
delas relacionadas à GO, sendo a tendinite de punho mais prevalente (24%); 76,92%
relataram queixa álgica, predominando as algias de punho (25%) e de coluna (25%).
No TR (TP < 3 anos): 53,85% tiveram lesões, 62% relacionadas à GO, sendo as
distensões paravertebrais mais incidentes (15,38%); 69,23% exibiram queixa álgica,
prevalecendo as algias de coluna (26%). Verificou-se que aqueles com maior TP
tinham 5,6 vezes mais chance de desenvolver lesões, 4,4 vezes mais probabilidades
de terem queixas álgicas e 1,9 vezes mais possibilidades dessas queixas serem na
coluna. Sugere-se a elaboração de um treinamento para minimizar os fatores
extrínsecos e intrínsecos que predispõem às lesões nesse esporte, tornando-o mais
seguro e a realização de estudos epidemiológicos com outras amostras

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