Resumo

Introdução: A prevalência de depressão no Brasil é uma das maiores no mundo, sendo apontada como uma das doenças que podem ocasionar maiores gastos com saúde e perda de produtividade. Apesar de evidências apontarem associação desse transtorno com baixos níveis de atividade física, pouco se sabe sobre sua ocorrência em moradores usuários dos serviços públicos de saúde na região Nordeste do Brasil, principalmente na zona rural. Objetivo: Descrever a prevalência de depressão em indivíduos fisicamente ativos e inativos, atendidos em unidades básicas de saúde da zona rural de Caruaru — Pernambuco. Métodos: Este estudo descritivo faz um recorte da pesquisa, em andamento, "Efeito isolado e combinado da inatividade física e obesidade abdominal sobre os gastos públicos em saúde com pacientes com hipertensão, diabetes, ansiedade e depressão". A amostra foi composta por 45 usuários, de ambos os sexos e maiores de 40 anos, de três unidades básica de saúde da cidade de Caruaru, no agreste pernambucano. A seleção dos usuários se deu por conveniência, nas próprias unidades de saúde. As informações referentes à depressão, idade e sexo foram auto relatadas através de questionário estruturado, enquanto o nível de atividade física foi avaliado por meio do IPAQ versão longa. Os questionários foram auto aplicados, sendo oferecida ajuda para os que apresentassem dificuldade na leitura ou entendimento. A análise dos dados foi realizada por meio de estatística descritiva, sendo respeitado o manual do IPAQ para cálculo do nível de atividade física. Os dados foram analisados no Software SPSS for Windows, versão 25. Os preceitos éticos foram respeitados sendo a pesquisa aprovada no comitê de ética da Universidade Federal de Pernambuco, campus Vitoria de Santo Antão, sob o número 3.701.710. Resultados: A média da idade dos participantes foi de 54,84 anos, sendo 82,6% do sexo feminino. A prevalência de inatividade física foi de 23,9%. Entre os 34 usuários ativos, 17,6% declararam-se como depressivos (todas mulheres), e entre os usuários inativos (n=11) o valor foi de 27,3%. Conclusão: De acordo com os dados apresentados observou-se que apesar de uma maior prevalência de depressão entre os indivíduos ativos estudados, ela foi quase 10% menor comparada aos inativos. O número muito maior de mulheres na amostra pode ter refletido na ausência de casos entre os homens, indicando a importância de estudos com amostragem aleatória e distribuição mais equilibrada entre os sexos. 

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