Resumo

Introdução: Evidências sugerem que as prevalências de sobrepeso e obesidade têm aumentado a taxas alarmantes, incluindo países desenvolvidos e em desenvolvimento, sendo considerada uma epidemia global. A obesidade pode ser definida como o excesso de tecido adiposo a partir do qual os riscos para a saúde, tais como hipertensão arterial sistêmica e hiperglicemia, começam a aumentar. O excesso de tecido adiposo, na região abdominal, é considerado obesidade central, ou androide, e apresenta risco diferenciado em relação a diversas morbidades, quando comparado a outras formas de distribuição de gordura corporal, em virtude da alta atividade metabólica do tecido adiposo visceral. Objetivo: Verificar a prevalência de obesidade, hipertensão arterial e o perfil glicêmico em militares de atividades especiais da Marinha do Brasil. Materiais e Métodos: Foram avaliados 152 homens, divididos em 7 grupos de acordo com as faixas etárias: 20-25 anos (n=7), 26-30 anos (n=11), 31-35 anos (n=40), 36-40 anos (n=36), 41-45 anos (n=35), 46-50 anos (n=20) e 51-55 anos (n=03). Foi verificado o Índice de Massa Corporal (IMC) por meio das medidas de massa corporal (kg) e estatura (m), mensurados através de balança com estadiômetro da marca Filizola®. Adotaram-se os critérios de diagnóstico da Organização Pan-Americana de Saúde, onde: valores de 18,5 a 24,9 kg/m2 foram considerados eutróficos; de 25,0 a 29,9 kg/m2 foram classificados como sobrepeso; e valores superiores a 30 kg/m2, obesidade. A prevalência de obesidade foi verificada através da circunferência de cintura (CC), medida com uma trena antropométrica Sanny® no ponto médio entre a crista ilíaca e o rebordo costal inferior, sendo considerada como normalidade valores de CC < 94 cm. Para verificação da pressão arterial foi utilizado um conjunto de esfigmomanômetro aneróide com estetoscópio Incoterm C100® e seguiu-se os valores de normalidade de Pressão Arterial Sistólica (PAS) <130 mmHg e Pressão Arterial Diastólica (PAD) <85 mmHg, conforme proposto pela VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão. O nível glicêmico, em jejum, foi verificado através do teste de glicemia capilar (HGT), com medidor de glicose G-Tech® Freelite Auto Code e foi considerado valor de normalidade < 100 mg/dl conforme proposto pela XII Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes. Para tratamento estatístico foi utilizado o pacote SPSS 23® e foi realizada estatística descritiva e correlação de Pearson (p≤0,05) para verificar a relação existente entre os valores de IMC e CC. Resultados: Os resultados encontrados estão expostos na tabela. Conclusão: O IMC foi utilizado neste trabalho em virtude do mesmo possuir uma forte correlação com o percentual de gordura em grandes populações e por haver uma relação entre o IMC e riscos à saúde e a circunferência de cintura tem sido apontada como a medida antropométrica melhor correlacionada à quantidade de tecido adiposo visceral. Pode-se concluir que todos os grupos estudados, com exceção do grupo de 20-25 anos, apresentaram classificação para o IMC de sobrepeso. Os grupos 36-40 anos e 46-50 anos apresentaram prevalência para obesidade de acordo com a CC e apresentaram os maiores valores basais de glicemia entre os grupos estudados, sendo que este último grupo ultrapassou o valor limítrofe determinado como padrão de normalidade. Com exceção do grupo 36-40 anos, todos os demais grupos apresentaram forte correlação positiva entre os valores de IMC e CC, demonstrando que para essa população estudada a medida de CC pode ser utilizada como ferramenta para controle positivo da obesidade. Face ao exposto torna-se mister ter o conhecimento das características morfofisiológicas de militares de atividades especiais, pois tal conhecimento é primordial para o desenvolvimento de estratégias de treinamento físico-militar e melhora da capacidade funcional em virtude da peculiaridade do seu emprego no cenário operativo militar. Ademais, o controle do nível de obesidade, pressão arterial e nível glicêmico é essencial para que os profissionais tenham mais qualidade de vida.

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