Resumo

INTRODUÇÃO: Atualmente, uma das principais estratégias aplicadas para redução ponderal e melhora da condição cardiometabólica é a restrição de carboidratos da dieta. Porém, ainda não se encontra totalmente elucidado o real efeito desta restrição sobre a condição cardiometabólica, devido aos diversos níveis de restrição e principalmente quando se trata da associação com a prática de exercício físico de alta intensidade. OBJETIVO: Propor um protocolo de intervenção para perda de peso saudável e avaliar o seu efeito sobre os marcadores do risco cardiometabólico de indivíduos com excesso de peso. METODOLOGIA: Trata-se de um ensaio clínico controlado randomizado desenvolvido em 12 semanas de acompanhamento nutricional com dieta com baixo teor de carboidratos (R-CHO – 100 g/d) ou teor adequado deste nutriente (A-CHO – 250 g/d) associado ao treinamento intermitente (HIIT) ou contínuo. Iniciaram o estudo 106 indivíduos com excesso de peso, destes, 57 foram alocados no grupo de treinamento contínuo e 49 foram alocados no grupo HIIT, distribuidos em dois subgrupos, de acordo com o teor de carboidratos da dieta. Os indivíduos foram avaliados no período pré-intervenção (M0) e ao final das 12 semanas (M1). Foram aferidos peso, estatura, circunferências abdominal e do quadril. Para o artigo II desta dissertação, foram considerados os dados dos 49 voluntários alocados no grupo HIIT, onde finalizaram a intervenção 31 indivíduos. Este artigo propõe a avaliação do efeito da intervenção com dieta R-CHO e HIIT sobre o risco cardiometabólico dos participantes, avaliado com base nos marcadores lipidêmicos, insulinêmicos e glicêmicos. Para análise estatística foi aplicado o teste ANOVA two-way com post-hoc de Bonferroni, considerando significativo os valores de p<0,05. RESULTADOS: Ambos os grupos apresentaram melhora significativa das variáveis antropométricas. Já com relação aos marcadores de risco cardiometabólico, observou-se que houve melhora para ambos os grupos, no entanto, o aumento significativo do HDL-c foi observado apenas no grupo A-CHO (de 53,3 mg/dl para 60,1 mg/dl), enquanto que o LDL-c reduziu significativamente em ambos os grupos (A-CHO: de 121,8 mg/dl para 97,4 mg/dl; R-CHO: de 112,7 mg/dl para 94,9 mg/dl). Observou-se redução significativa do número de fatores de risco associados ao risco cardiometabólico, porém a redução da prevalência de indivíduos metabolicamente não saudáveis foi mais expressiva entre os indivíduos do grupo A-CHO (24,3%). CONCLUSÃO: Conclui-se que ambas as dietas foram eficientes na melhora da composição corporal e perda de peso. Ambas estratégias dietéticas podem ser eficientes para promover melhorias dos marcadores de risco cardiometabólico, porém, o aumento no fator de proteção (HDL) e na classificação final do risco apontou a adequação de carboidratos na dieta como melhor estratégia associada à restrição calórica e HIIT.

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