Resumo

Resumo: Atualmente pode-se observar um crescimento da prática esportiva por pessoas com deficiência, entre elas a prática da natação. Isto se dá através dos estudos que já foram realizados em relação aos benefícios das atividades aquáticas e sobre os processos pedagógicos voltados para o ensino-aprendizagem da modalidade para esta população. Além disso, outros fatores podem ser considerados, como o desenvolvimento de uma legislação que prevê o direito ao acesso destes indivíduos a atividades esportivas, ao aumento do oferecimento de eventos esportivos nos quais a pessoa com deficiência pode atuar, que por sua vez, resulta em uma maior divulgação da modalidade. Sendo assim, muitos programas estão sendo desenvolvidos envolvendo a prática de natação pela pessoa com deficiência. Entretanto, observa-se que estes programas estão se desenvolvendo de forma aleatória pelo país, sem que haja um acompanhamento pelo Governo, de forma a gerar informações importantes sobre a distribuição destes dentro do país, suas principais características e necessidades. Acredita-se que, a partir de um levantamento destes dados, locais onde não existam muitas oportunidades para a prática de natação pelas pessoas com deficiência podem ser identificados, contribuindo para o desenvolvimento de ações mais precisas e direcionadas. Dessa forma, este estudo teve como objetivo mapear e analisar os programas brasileiros de paranatação participantes das competições nacionais e estaduais da modalidade, identificando suas principais características. Para isto, a pesquisa foi dividida em dois momentos distintos. Primeiramente, foi realizada uma pesquisa exploratória com caráter documental e quantitativa. Neste momento foi realizado um levantamento das instituições que poderiam trabalhar com a paranatação, através das principais competições regionais, estaduais e nacionais de natação para pessoas com deficiência e de documentos de confederações esportivas de esporte paralímpico. Em um segundo momento, foi realizada uma pesquisa descritiva com procedimentos baseados em survey e abordagem quantitativa, através da qual foi aplicado um questionário para os responsáveis pelos programas encontrados, a fim de coletar os dados referentes a pesquisa. Após a coleta pelos pesquisadores, os dados foram analisados de forma quantitativa. Os resultados do estudo mostram que 48% das instituições encontradas oferecem a paranatação. Além disso, existe uma grande diferença entre a distribuição dos programas dentro das regiões brasileiras, sendo que a região Sudeste concentra, aproximadamente, 52% do número total de iniciativas encontradas. Outro resultado demonstra que 34% das instituições, aproximadamente, recebem alguma contribuição governamental para o desenvolvimento de suas atividades, sendo que 85% dos programas não foram desenvolvidos a partir de incentivos governamentais. Sendo assim, pode-se concluir que a paranatação não é, ainda, uma realidade para a população com deficiência no Brasil, sendo que os incentivos governamentais existentes devem ser reavaliados, de forma a facilitar o desenvolvimento de novos programas nessa área e a sua maior abrangência no território brasileiro

Citação: BREDARIOL, Bruna. Programas de natação para pessoas com deficiência no Brasil. 2019. 1 recurso online (127 p.). Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Educação Física, Campinas, SP.

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