Resumo

Os projetos esportivos para crianças e jovens dos segmentos populares se multiplicaram no Brasil nas últimas décadas. Os objetivos dos projetos são, de praxe, orientados pela perspectiva da inclusão social e a de abrir outros caminhos que aqueles oferecidos pela “rua”. O presente estudo, a partir de pesquisas já realizadas sobre aspectos da participação de crianças e jovens das camadas populares através do esporte --tomando por campo empírico principal o Projeto de Inclusão Social (PIS), situado na Cidade de Deus, Rio de Janeiro--, propõe-se analisar e discutir o valor dos dados administrativos dos programas para darem conta de problemas relevantes como os da adesão e da alta rotatividade que os pode afetar. Trata-se, portanto, a partir de uma experiência refletir e apontar caminhos de refinamento dos dados colhidos com intuito de acompanhar e avaliar os programas. Destacamos que a experiência contou com uma base empírica significativa sob o ponto de vista quantitativo e temporal: 6.932 fichas de inscrição, referentes a 5.462 alunos de ambos os sexos, na faixa etária de cinco a 24 anos, matriculados no projeto no período de 1998 a 2003. Ao longo da análise, pensaremos a eficiência dos programas em conexão com o grau de acordo desenvolvido entre as propostas institucionais e as expectativas dos participantes que, de modo geral, estão ligadas a racionalidades locais.

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