Resumo

A definição de promoção da saúde contemporânea tem seu marco na Conferência de Ottawa no Canadá, em 1986, com o reconhecimento oficial sobre a influência das questões sociais, políticas e econômicas na determinação da saúde. O Brasil com o protagonismo do movimento sanitário também construiu uma política a partir da década de 1980 que incorpora uma concepção de saúde em sintonia com o movimento mundial. Os profissionais de educação física apenas recentemente foram inseridos no Sistema Único de Saúde (SUS) a partir da publicação da Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS), em 2006, e da criação dos Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF), em 2008, portanto, sua atuação nesse setor ainda é incipiente. Sendo assim o objetivo do presente estudo foi identificar a concepção de promoção da saúde dos profissionais de educação física que trabalham no NASF no município de Londrina, Paraná. Para tanto realizamos uma pesquisa qualitativa e como técnica de análise dos dados optamos pela análise do tipo categorial - temática, conforme proposta por Bardin. Todos os profissionais de educação física do município de Londrina que trabalhavam no NASF, no momento da investigação foram entrevistados, totalizando 10 profissionais e destes, três foram observardos. A partir da análise dos dados coletados foram definidas três categorias: A concepção de promoção da saúde sob o olhar do profissional de educação física; O processo de trabalho do profissional de educação física; e A formação do Profissional de Educação Física e a Promoção da Saúde. Apenas um dos profissionais definiu promoção da saúde de maneira ampliada, considerando-se o marco representado pela Carta de Ottawa. Houve confusão conceitual entre prevenção e promoção. O discurso que coloca ênfase na responsabilização individual, em que a visão comportamental e o viés biológico predominam, permearam muitas das falas. O processo de trabalho do profissional de educação física reflete as dificuldades inerentes à formação voltada predominatemente à dimensão biológica em detrimento das discussões filósóficas, históricas e sociais na relação atividade física e saúde. A articulação dos conhecimentos da saúde coletiva com as teorias pedagógicas progressistas, estas pensadas originalmente para o setor educacional, podem ensejar novos horizontes para a prática profissional em educação física junto às Unidades Saúde da Família na perspectiva da promoção da saúde.

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