Resumo

A Capoeira é um patrimônio cultural brasileiro reconhecido pelos órgãos públicos do nosso país e que pode ser verificado nos diferentes níveis de ensino, inclusive na Educação Infantil. Por deter vasto conteúdo, ela pode ser desenvolvida por diversas áreas do conhecimento, entre elas a Educação Física que é responsável pela realização de atividades corporais com as crianças. Este trabalho visa compreender como a Capoeira pode ser incluída no ensino infantil tendo como princípio o corpo enquanto linguagem. Teve por objetivo elaborar um programa de atividades motoras para crianças na Educação Infantil, a partir do conteúdo da Capoeira, com base nos pressupostos da Teoria Bioecológica do Desenvolvimento Humano. (BRONFENBRENNER 2000, 2011). Esta pesquisa é caracterizada como sendo Estudo de Caso, do tipo qualitativo exploratório, no qual foram feitas observações sistemáticas pelo observador pesquisador, registradas em diário de campo. Também foram registrados por câmeras filmadoras, os momentos das atividades motoras e, aplicado um questionário aos pais dos alunos, com a finalidade de investigar se as relações das atividades realizadas pelas crianças na escola repercutiram no ambiente familiar. Participaram desta pesquisa cinquenta e seis crianças, de três a seis anos de idade, pertencentes a escola EMEI - Agostinho Páttaro, Distrito de Barão Geraldo, Campinas - SP. No período de Abril à Dezembro de 2012 foram desenvolvidas e descritas trinta sessões de atividades para a turma dos Dragões e para a turma dos Gatinhos e ainda, aplicado questionário aos pais dos alunos participantes. Obtivemos como resultado que durante o processo educativo que a maioria das crianças em ambas as turmas, se comportaram positivamente pois formaram relações interpessoais voltadas para a participação conjunta nas brincadeiras planejadas. Nas brincadeiras que as crianças possuíam equilíbrio de poder houve maior incidência de comportamentos disruptivos do que nas brincadeiras com desequilíbrio de poder. Nas brincadeiras que dirigiam as crianças a assumir papéis de evidência, obtivemos comportamentos disruptivos daquelas com propensão passiva e comportamentos engajadores daquelas com propensões ativas. Além disso, vimos que as brincadeiras se tornaram molares para a maioria das crianças pois os movimentos aprendidos durante o processo educativo foram re-significados ao longo do tempo desta pesquisa.

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