Resumo

O alongamento é amplamente utilizado na prática clínica da fisioterapia e no desporto, porém, as alterações mecânicas que essa técnica gera no músculo esquelético são pouco exploradas cientificamente. Este estudo avaliou as alterações mecânicas que acometem o músculo gastrocnêmio de ratas Wistar, adultas jovens, após 14 dias de imobilização e, secundariamente, submetido a alongamento manual passivo por 10 dias consecutivos, aplicado uma ou duas vezes ao dia. Foram utilizados 50 animais, sendo 10 para cada grupo: Controle (GC); Imobilizado (GI); Imobilizado e Liberado (GIL); Imobilizado e alongado uma vez ao dia (GIA1); e Imobilizado e alongado duas vezes ao dia (GIA2). O músculo gastrocnêmio foi submetido ao ensaio mecânico de tração, onde foram avaliadas as propriedades de carga e alongamento nos limites máximo e proporcional, além de rigidez e resiliência. A imobilização reduziu os valores das propriedades mecânicas de carga no limite máximo (CLM), carga no limite proporcional (CLP), alongamento no limite máximo (ALM), rigidez e resiliência, em 44,4%, 34,4%, 27,6%, 64,4% e 54%, respectivamente, quando comparados com os valores do GC. A remobilização livre e o alongamento restauraram as propriedades de CLM, CLP, ALM, rigidez e resiliência do músculo, exceto para o GIA2, que foi incapaz de restabelecer a propriedade de ALM (31,3% menor que GC). Concluí-se, portanto que, após 14 dias de imobilização segmentar, cargas individuais de alongamento e a livre movimentação permitem restituir as propriedades mecânicas do tecido muscular.

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