Resumo

A Educação Física estuda o movimento humano sobre diferentes aspectos,
dentre os quais a atividade física de pessoas com deficiência, fazendo com que o
referido tema se torne importante quando se observa os benefícios que a prática
da atividade física traz aos seus praticantes. Atualmente, são poucos os estudos
sobre a qualidade de vida das pessoas com deficiência e, portanto, este estudo
tem como o objetivo verificar a qualidade de vida das pessoas com deficiência
física, relacionando-a com as condições clínicas e socioeconômicas das mesmas.
Participaram deste estudo, 354 atletas, de 03 modalidades esportivas (atletismo,
halterofilismo e natação), com média de idade de 30,3 anos. Os instrumentos
utilizados para a pesquisa foram: questionário de condições socioeconômicas
(ENEM, 2009); ficha de Condições de Saúde adaptada por Tolocka (2006), e,
questionário de qualidade de vida da Organização Mundial de Saúde, WHOQOL-
Bref. A análise estatística foi realizada aplicando o Coeficiente de Correlação de
Spearman. O nível de significância foi estabelecido em 0,05, em um teste
bilateral, e, a consistência interna das respostas foi obtida por meio do coeficiente
alfa de Cronbach. As repostas obtidas foram consideradas válidas, dado que o
coeficiente Alfa de Cronbach foi de 0,8275 para as questões referentes à
qualidade de vida, sendo encontrada uma correlação positiva entre os quatro
domínios sobre a percepção de qualidade de vida dos atletas. Entre os quatro
domínios verificou-se que três deles (Físico, Psicológico e o Social) ficaram acima
de setenta pontos de média, e apenas o domínio do meio ambiente ficou abaixo
de setenta pontos. Pode-se afirmar que os dados socioeconômicos, aliados com o
nível de escolaridade, podem ter colaborado com a boa percepção da qualidade
de vida dos atletas. Finalmente, mesmo identificando a vulnerabilidade do
domínio do meio ambiente, não só para os indivíduos com deficiência, verificou-se
que os resultados da pesquisa permitiram demonstrar que os atletas possuem
uma boa percepção sobre a qualidade de vida. Porém, tal vulnerabilidade indica a
importância de implementação de Políticas Públicas que visem melhorar as
condições de acessibilidade, moradia, opções de lazer e de atividade física para
esta população que, no Censo Demográfico de 2010, corresponde a quase um
quarto da população brasileira.
 

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