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INTRODUÇÃO:

Existem maneiras de envelhecer e de ser velho (padrões de envelhecimento e de velhice). À medida que a pessoa envelhece, acentuam-se perdas biológicas e alteram-se padrões metabólicos; ocorre perda progressiva da memória, a cognição e a comunicação, que se pode agravar por problemas orgânicos e psicológicos. A proximidade da morte, a incerteza em relação a doenças e o risco crescente de dependência são fatores importantes na perda do senso de auto-eficácia. Segundo dados do IBGE 15% da população brasileira terão mais de 60 anos no próximo milênio. Este aumento demográfico deve-se aos avanços tecnológicos, retardamento do envelhecimento e melhor qualidade de vida (QV). Existe uma relação direta entre bem-estar psicológico na velhice com a satisfação pessoal e familiar, atividade física e saúde, senso de controle e de auto-eficácia, valorização do passado, perspectiva do futuro, ponto de vista sobre a morte, entre outros. Uma boa QV na velhice não é atributo ou responsabilidade de indivíduos, mas produto de uma interação de fatores individuais e socioculturais. A Educação Física busca contribuir estimulando as pessoas a se movimentar, "esporte para a terceira idade", o que tem demonstrado ser eficaz quanto a melhorar a QV dos idosos.

METODOLOGIA:

A amostra aleatória foi constituída de 30 idosos usuários do Parque Municipal do Idoso (IPMI) (15 de cada sexo) e 30 idosos não usuários (INU) (14 H e 16 M), com 60 anos ou mais. Os dados de QV foram coletados usando o formulário da Organização Mundial da Saúde (OMS) WHOQOL-100, composto de 100 perguntas com valorações de 1 a 5 segundo o nível de satisfação da pessoa. O formulário é composto por 7 grupos de questionamentos, que fazem referência às duas últimas semanas: 1º Grupo: sobre o quanto o indivíduo tem sentido algumas coisas, 2º Grupo: sobre quão completamente tem sentido ou é capaz de fazer certas coisas, 3º Grupo: sobre quão satisfeito, feliz ou bem se sentiu ao respeito de vários aspectos de sua vida, 4º Grupo: referentes à com que freqüência sentiu ou experimentou certas coisas, 5º Grupo: referentes a qualquer trabalho que faça, 6º Grupo: sobre quão bem é capaz de se locomover e, 7º Grupo: relacionadas às crenças pessoais. As freqüências foram obtidas por separado para idosos do PMI e idosos não usuários, para cada grupo de questões para a composição total da amostra quanto por sexos separados.

RESULTADOS:

Os IPMI tinham entre 60 e 77 anos e os INU entre 60 e 75 anos. 28% dos IPMI manifestaram ter sentido Bastante algumas coisas, mas 29% dos H e 26% das M indicaram Mais ou Menos. No grupo de INU a valoração do grupo e por sexo foi à mesma Mais ou Menos (29% total, 30% H, 29% F). 29% dos IPMI se valoraram muito capazes de fazer certas coisas (35% H e 34% M), assim como 45% dos INU (45% H e 46% F). 42% dos IPMI se mostraram Satisfeitos a vários aspetos da vida, mas, 42% das mulheres se mostraram Nem satisfeitas, nem insatisfeitas e 44% dos homens satisfeitos, enquanto que 45% dos INU indicaram estar Nem Satisfeitos e Nem insatisfeitos. 37% dos IPMI sentiram Às vezes certas coisas, com 41% para as mulheres. Já, os INU apresentaram 43% de valoração Às vezes. Os IPMI realizam em Muito trabalho ou atividades (52%), as mulheres mais que os homens (60% e 43% resp). Já, 43% dos INU realizam Médio e Muito. 32% dos IPMI se locomovem Bem, mas 27% das mulheres acharam Muito ruim. Já, dos INU 26% responderam Bom e 24% Ruim. 41% dos IPMI acharam Mais ou Menos importante a espiritualidade para a QV, com maioria para mulheres (48%). Já, 47% dos INU acharam Bastante importante, sendo maior a importância para as mulheres (53%).

CONCLUSÕES:

Para QV, o estilo de vida ativa é considerado um dos componentes mais eficazes, e é um dos poucos aspectos que permitem ações diretas das pessoas. Apesar das pessoas questionadas, aparentemente, gozarem de boa saúde e estarem adaptadas à classe social a que pertencem, alguns fatores se destacam em grau de descontentamento de modo geral, tais como: segurança, transporte, assistência social e o acesso a informações sobre os direitos dos idosos. Os INU afirmaram que suas crenças pessoais em relação à religiosidade têm afetado mais na sua QV. Essas crenças são tidas como uma alternativa para minimizar os problemas por eles enfrentados. Até o presente momento a infra-estrutura do Parque Municipal do Idoso apresenta perfeitas condições e está adaptado para atender seu público alvo. A equipe de profissionais que atua e coordena as atividades no PMI possuem treinamento adequado para exercer suas funções. Programas como os desenvolvidos no PMI devem ser multiplicados e estar a disposição para outras faixas etárias, servindo como preparação para a velhice.