Resumo

Uma parte significativa da população do mundo e, em particular, a brasileira, apresenta sequelas motoras, como a hemiplegia e hemiparesia, e distúrbios psíquicos após o período de doença cérebro-vascular, considerada uma das principais causadoras de óbitos e dependência. No Brasil, segundo Gangliardi (2000), observa-se uma incidência anual de 156 casos por 100.000 habitantes. Isto soma o universo de aproximadamente de 265.200 pessoas com doença cerebro-vascular por ano, o que corresponde a uma cidade de médio porte brasileira. Esta dissertação tem como objectivo geral verificar a influência da prática de atividade motora adaptada na qalidade de vida das pessoas com sequelas de Acidente Vascular Cerebral Hemorrágico. Através da aplicação de um questionário SF.36 sobre qualidade de vida em voluntários com deficiência foram avaliadas quatro variáveis limitação por aspectos físicos, capacidade funcional, dor ansiedade e depressão. Novas realidades surgem para o tratamento e preservação das capacidades físicas, psicológicas e sociais das pessoas com deficiência, aliadas à demanda crescente e a uma maior conscientização da sociedade. Constata-se a importância dos profissionais de Educação Física nas atividades diárias da Pessoa com Deficiência, que utilizam a prática de atividade física adaptada como continuidade ao tratamento médico convencional após a alta médica e fisioterápica, visando uma melhor qualidade de vida da pessoa lesionada. No estudo, relatamos resultados da aplicação do questionário SF.36, que avalia alterações e limitações funcionais, aspectos sociais, dor, depressão e ansiedade. A amostra foi constituida por 40 voluntários de ambos os sexos com sequelas, na faixa etária entre 30 a 80 anos, sendo 20 praticantes de atividade física e 20 não praticantes. O nível de significância considerado foi fixado em p 0,5%. Diferenças estatisticamente significativas foram constatadas entre as medianas dos scores de limitação por aspectos físicos dos praticantes e não praticantes, apontando maior limitação entre os não praticantes. Constata-se também menor nível de ansiedade entre os praticantes, embora irrelevante do ponto estatístico. Como conclusão, este estudo demonstra que a atividade motora adaptada para as pessoas com sequelas resultantes do Acidante Vascular Cerebral Hemorrágico, somada a outras terapias após a alta médica, contribui de maneira significativa para a melhoria das condições da pessoa, agregando maior índice de independência para as atividades da vida diária e contribuindo, portanto, para uma melhor qualidade de vida.