Resumo

O texto apresenta a dissertação “A Reinvenção do Esporte: possibilidades da prática pedagógica”, defendida junto ao Mestrado em Educação da UFPE, cujas reflexões iniciais e um esboço metodológico foram apresentados no X CONBRACE, em trabalho com o mesmo título da dissertação. A presença do esporte na escola é uma história repleta de tenções e tensões. A sua predominância sobre outros conteúdos no interior da Educação Física é também o resultado de planos e intentos, dada a sua adequação ao projeto de formação de homens aptos à disputa, numa sociedade em que a alegria e a felicidade não estão disponíveis para todos. Mas é uma predominância tensa. Há um conjunto de críticas sobre o esporte questionando, desde a sua incompatibilidade com espaços e valores educativos, tomados de forma genérica, até a continuidade de sua existência em outra forma de organização social. Este estudo participa desse jogo tenso e questiona: como o esporte - forma cultural que ritualiza elementos fundamentais da sociedade capitalista – pode participar de um projeto político-pedagógico emancipatório? Em busca de respostas, lancei mão de uma pesquisa bibliográfica e de um estudo de caso envolvendo análise de documentos, observação de aulas e realização de entrevistas e seminários com professoras de uma escola pública, tomando como categorias analíticas básicas o par dialético realidade-possibilidade. A possibilidade real, concreta e de essência de o esporte ser partícipe de um projeto emancipatório está, sobretudo, na sua ampla oferta, na sua prática como objeto de reflexão e na transformação de sua dinâmica, essencialmente competitiva e aparentemente lúdica, para uma outra, qualitativamente distinta, essencialmente lúdica e aparentemente competitiva.