Resumo

Discutir a atividade física a partir de evidências que questionam as atuais recomendações de frequência, duração e intensidade para a saúde a partir da defesa de que foram incorretamente interpretadas e disseminadas, além de apontamentos sobre lacunas nas pesquisas que culminaram nas recomendações é o objetivo deste artigo. Foi realizada pesquisa na literatura para reunir elementos sobre os temas abordados e trazer luz a novas interpretações e compreensões, em um texto de caráter ensaístico. A partir da explicitação da complexidade envolvida na prática de atividade física, destacam-se os múltiplos fatores envolvidos e defende-se a construção de possibilidades que são negociadas e pactuadas com os sujeitos, assim como o apoio processual a partir daí. Em conclusão, novos horizontes são apontados mediante a apresentação de documentos institucionais com destaque para a necessária ampliação da compreensão da relação entre atividade física e saúde na qual extrapola-se o biológico, assim sua realização não deve atender simples e unicamente às recomendações.

Referências

Fraga AB, Louro GL. Exercício da informação: governo dos corpos no mercado da vida ativa. Tese (Doutorado) - Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: 2005.

Ferreira MS. Navegar é preciso, viver não é preciso: risco no discurso da vida ativa. Motriz. 2015;15(2):349-57.

Matiello Júnior E, Gonçalves A, Martinez JFN. Superando riscos na atividade física relacionada à saúde. Movimento. 2008;14(1):39-61. https://dx.doi.org/10.22456/1982-8918.3761

Dorneles G, Kloeckner A, Galvão SL, Colato AS, Ribeiro J, Peres A. Comparação da composição corporal, capacidade cardiorrespiratória e qualidade de vida de mulheres com sobrepeso e obesidade com presença ou ausência de estresse. Arq Mov. 2014;10(2).

Santos ALP, Simões AC. Educação física e qualidade de vida: reflexões e perspectivas. Saúde Soc. 2012;21(1):181-92.

Ferreira MS, Castiel LD, Cardoso MHA. Sedentarismo mata? Estudo dos comentários de leitores de um jornal brasileiro on-line. Saúde Soc. 2017;26(1):15-28. http://dx.doi.org/10.1590/s0104-12902017155705

Martinez JFN, Silva AM, Silva MS. As diretrizes do NASF e a presença do profissional em Educação Física. Motrivivência. 2014;26(42):222-37. https://dx.doi.org/10.5007/2175-8042.2014v26n42p207

World Health Organization (WHO). Global action plan to promote physical activity 2018-2030: more active people for a healthier world. Geneva: World Health Organization, 2018.

Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Relatório Nacional de Desenvolvimento Humano do Brasil – Movimento é vida: atividades físicas e esportivas para todas as pessoas: 2017. Brasília: PNUD, 2017.

Liu L, Shi Y, Li T, Qin Q, Yin J, Pang S, et al. Leisure time physical activity and cancer risk: evaluation of the WHO's recommendation based on 126 high-quality epidemiological studies. Br J Sports Med. 2016;50(6):372-8. https://dx.doi.org/10.1136/bjsports-2015-094728

World Health Organization (WHO). Global recommendations on physical activity for health. Geneva: WHO, 2010.

Warburton DER, Bredin SSD. Health benefits of physical activity: a systematic review of current systematic reviews. Curr Opin Cardiol. 2017;32(5):541-56. https://dx.doi.org/10.1097/HCO.0000000000000437

Warburton DE, Bredin SS. Reflections on physical activity and health: what should we recommend? Can J Cardiol. 2016;32(4):495-504. https://dx.doi.org/10.1016/j.cjca.2016.01.024

Lima DF, Levy RB, Luiz OC. Recomendações para atividade física e saúde: consensos, controvérsias e ambiguidades. Rev Panam Salud Publica. 2014;36(3):164-70.

Palma A, Vilaça M. O sedentarismo da epidemiologia. Rev Bras Ciênc Esporte. 2010;31(2):105-19.

Silva K, Garcia LM, Rabacow FM, Rezende LF, Sá TH. Physical activity as part of daily living: Moving beyond quantitative recommendations. Commentary. Prev Med. 2017;96:160-2. https://dx.doi.org/10.1016/j.ypmed.2016.11.004

Coelho-Ravagnani CF, Melo FCL, Ravagnani FCP, Burini FHP, Burini RC. Estimativa do equivalente metabólico (MET) de um protocolo de exercícios físicos baseada na calorimetria indireta. Rev Bras Med Esporte. 2013;19(2):134-8. http://dx.doi.org/10.1590/S1517-86922013000200013

Ainsworth BE, Haskell WL, Leon AS, Jacobs DR Jr, Montoye HJ, Sallis JF, et al. Compendium of physical activities: classification of energy costs of human physical activities. Med Sci Sports Exerc. 1993;25(1):71-80.http://dx.doi.org/10.1249/00005768-199301000-00011

Ainsworth BE, Haskell WL, Herrmann SD, Meckes N, Bassett DR Jr, Tudor-Locke C, et al. 2011 Compendium of physical activities: a second update of codes and MET values. Med Sci Sports Exerc. 2011;43(8):1575-81. http://dx.doi.org/10.1249/MSS.0b013e31821ece12

Butte NF, Watson KB, Ridley K, Zakeri IF, McMurray RG, Pfeiffer KA, et al. A Youth Compendium of Physical Activities: activity codes and metabolic intensities. Med Sci Sports Exerc. 2018;50(2):246-56. http://dx.doi.org/10.1249/MSS.0000000000001430

Farinatti PTV. Apresentação de uma versão em português do compêndio de atividades físicas: uma contribuição aos pesquisadores e profissionais em fisiologia do exercício. Rev Bras Fisiol Exerc. 2003;2:177-208.

Leitzmann M, Powers H, Anderson AS, Scoccianti C, Berrino F, Boutron-Ruault MC, et al. European Code against Cancer 4th Edition: Physical activity and cancer. Cancer Epidemiol. 2015;39(Suppl 1):S46-55. http://dx.doi.org/10.1016/j.canep.2015.03.009

Li T, Wei S, Shi Y, Pang S, Qin Q, Yin J, et al. The dose–response effect of physical activity on cancer mortality: findings from 71 prospective cohort studies. Br J Sports Med. 2016;50(6):339-45. http://dx.doi.org/10.1136/bjsports-2015-094927

Rodrigues PF, Melo M, Assis M, Oliveira. Condições socioeconômicas e prática de atividades físicas em adultos e idosos: uma revisão sistemática. Rev Bras Ativ Fís Saúde. 2017;22(3):217-32. https://doi.org/10.12820/rbafs.v.22n3p217-232

Fernandes AP, Andrade ACS, Costa DAS, Dias MAS, Malta DC, Caiaffa WT. Programa Academias da Saúde e a promoção da atividade física na cidade: a experiência de Belo Horizonte, MG, Brasil. Ciênc Saúde Coletiva. 2017;22(12):3903-14. http://dx.doi.org/10.1590/1413-812320172212.25282017

Project for Public Spaces (PPS). The case of Healthy Places: improving health outcomes through placemaking. Disponível em: https://www.pps.org/wp-content/uploads/2016/12/Healthy-Places-PPS.pdf. Acesso em: 27 set. 2018.

Romieu I, Dossus L, Barquera S, Blottière HM, Franks PW, Gunter M, et al. Energy balance and obesity: what are the main drivers? Cancer Causes Control. 2017;28(3): 247-58. http://dx.doi.org/10.1007/s10552-017-0869-z

Loch MR, Guerra PH. Bikes vs Car: análise crítica do documentário de Fredrik Gertten. Interface. 2017;21(62):725-9. http://dx.doi.org/10.1590/1807-57622016.0788

Goellner SV. Vida Saudável: é tempo de viver diferente. Porto Alegre: Centro de Memória do Esporte, 2017.

Mássimo EAL, Freitas MIF. Riscos para doenças crônicas não transmissíveis na ótica de participantes do Vigitel. Saúde Soc. 2014;23(2):651-63. http://dx.doi.org/10.1590/S0104-12902014000200024

Karlsen MP, Villadsen K. Health promotion, governmentality and the challenges of theorizing pleasure and desire. Body Society. 2016;22(3):3-30. https://dx.doi.org/10.1177/1357034X15616465

Carvalho FFB, Carvalho Y. Outros... lugares e modos de ‘ocupação’ da Educação Física na Saúde Coletiva/Saúde Pública. Pensar Prática. 2018;21(4):957-67. https://doi.org/10.5216/rpp.v21i4.51336

Caballero RMS. Pedagogia das vivências corporais: educação em saúde e culturas de corpo e movimento. Tese (Doutorado) - Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: 2015.

Carvalho FFB, Cohen SC, Akerman M. Refletindo sobre o instituído na promoção da saúde para problematizar ‘dogmas’. Saúde Debate. 2017;41(espe 3):265-76. http://dx.doi.org/10.1590/0103-11042017s320

Acessar