Resumo

Os e s t udos de Cu rr í c u lo at u a lment e, v êm di s c u t indo pe rspe c t ivas
paradigmáticas do conhecimento. Tal extensão muitas vezes desvela além da
crise da crítica, faz com que um especialista em Educação Física, caminhe
pelas rupturas e descontinuidades que se fazem sentir na contemporaneidade
dos discursos. Há impasses. Uma dessas discussões é a pós-estruturalista,
oriundas das reflexões de Michel Foucault e dos Estudos Culturais. Esta
investigação realizada pela Linha de Pesquisa Currículo e Segmentos Populares
do Projeto Prata da Casa na UFMA- São Luís/MA, analisa os processos de
gestão de identidades docente que vêm se dando no campo da Educação
Física em São Luís do Maranhão, no Sistema Municipal de Educação, a partir
de um documento básico, divulgado oficialmente , sobre a área. Desde o período
de 2003 a Secretaria Municipal de Educação de São Luís vem desenvolvendo
uma ampla reforma educacional no campo da Educação Física, para melhor
relacionar-se com o fluxo de Recursos Humanos de novos docentes em sua
rede, a partir do concurso público efetuado em 2001. Incluso nesse processo
se fizeram necessárias medidas de como nortear o trabalho dos docentes da
área, o que se fez com a construção inicial de um documento curricular
provisório, que assumindo regimes radicais de conhecimento, pôs em
funcionamento uma curiosa constituição e divulgação de planos e programas
contraditórios das identidades dos profissionais que os executam, regulandoos. A investigação a partir de análise de conteúdo, conversas semi-estruturadas
com professores e professoras, observação de eventos executados pela
Secretaria Municipal de Educação, visitas a escolas, depoimentos de alunos e
professores universitários, demonstraram os efeitos maléficos desses regimes
de verdade, com produção forçada dos docentes que atuam na rede. Concluiuse que tais desenhos curriculares, radicais na sua essência, articulados em
cont e údos monol í t i cos, envol vem mat e r i a i s q u e indu zem, e agem
contraditoriamente ao paradigma que supõem atender, com regulação e controle
dos profissionais e da população estudantil. Usam de tecnologias que limitam
sua liberdade no exercício da docência e na ação natural da Educação
Física porque o modelo crítico-emancipatório assumido é visto de forma
contraditória e sofismada.

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