Resumo

O esporte tem efeitos benéficos em vários desfechos da saúde mental, além disso, a participação regular em atividades físicas está ligada ao aprimoramento da função cerebral e da cognição. O presente estudo teve como objetivo verificar a relação da prática esportiva com funções executivas e o desempenho escolar, considerando o estágio maturacional. Foram avaliados 75 jovens de 10 a 14 anos, ambos os sexos. A amostra foi dividida em dois grupos: grupo I (não esporte; n=37) constituído por estudantes que não realizam a prática esportiva e o grupo II (esporte; n=38) composto por praticantes de iniciação esportiva regular, além da educação física escolar. O controle inibitório foi avaliado através do Teste Go/No Go e o Teste dos 5 dígitos (FDT). O estágio maturacional foi determinado pela equação de idade óssea e para o desempenho escolar foi feita a média das notas do boletim escolar fornecido pelas escolas. Após análise dos resultados não foram verificadas correlações entre a idade óssea e os testes cognitivos com o desempenho escolar avaliado através do boletim de notas (p>0,05). Todavia, ao observar o desempenho nos testes cognitivos entre os grupos, observou-se que o grupo de praticantes de esporte obteve resultados com menor quantidade de erro em todas as fases do teste FDT (p<0,05) em relação ao grupo que não pratica esporte, obtendo ainda melhores desempenhos no teste Go/No Go [7,58±0,14; p=0,001], o que mostra consequentemente um melhor controle inibitório do grupo que pratica esportes. Dessa forma, pode-se concluir que a maturação observada através da idade óssea, assim como as funções executivas não apresentaram correlação com o desempenho escolar avaliado através das notas do boletim das escolas, todavia, ao comparar os grupos observa-se que os jovens que praticam esporte obtiveram melhores desempenhos nos testes cognitivos em relação aos que não praticam esporte.

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