Resumo

O presente estudo objetivou verificar a relação entre competência motora, aptidão física, atividade física em crianças. O delineamento foi caracterizado de corte transversal. A população foi selecionada por conveniência, composta por 100 crianças com idades entre oito e 10 anos, separadas em dois grupos: Grupo de educação física (GEF) e Grupo de atividades físicas programadas (GAFP). O grupo de educação física (GEF) foi formado por 56 crianças participantes, exclusivamente, das aulas de Educação Física escolar sem ter qualquer participação em práticas organizadas; e o grupo de atividades físicas programadas (GAFP) foi composto por 44 crianças que, além da participação nas aulas formais de Educação Física escolar, eram, também, inseridas em projetos de extensão de prática programada. Para a análise da competência motora foi utilizado o TGMD-2. Para verificar a aptidão física, foram aplicados quatro testes: corrida de 20 metros, arremesso medicine ball, salto horizontal e corrida seis minutos. O nível de atividade física foi investigado pelo questionário eletrônico (WEBDAFA). Para a análise de relação das variáveis de competência motora, aptidão física e atividade física foi utilizado o teste de Correlação de Pearson seguido de uma Regressão Linear Múltipla. Nas comparações dos grupos e sexos utilizou-se de estatística não-paramétrica, assim, utilizou-se o teste de Kruscall- Wallis seguido de “U” Mann- Whitney. Foi utilizado o pacote estatístico SPSS 20.0, adotando significância de 5%. Os resultados demonstraram que houve relação entre a competência motora, aptidão física e atividades organizadas, nas variáveis de locomoção com: salto horizontal (r=0,512); corrida 20 metros (r=-0,565); prática prévia (r=0,52); prática atual (r=0,48). A variável de controle de objetos também apresentou relação com: prática prévia (r=0,44) e prática atual (r=0,46). Na comparação entre os grupos e os sexos, as crianças do GAFP apresentaram melhores escores nos subtestes de locomoção, controle de objetos, corrida 20 metros, salto horizontal e corrida de seis minutos, quando comparados com o GEF, sinalizando diferenças estatisticamente significantes de P<0,005. Desta forma, conclui-se que, no presente estudo, as crianças inseridas em ambientes de práticas organizadas apresentaram melhores resultados em todas as variáveis analisadas. Fica evidente que somente as aulas de educação física escolar não foram suficientes para melhorar a relação entre competência motora, aptidão física e a atividade física das crianças.

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