Resumo

O sistema respiratório tem sido apontado como fator limitante do desempenho físico durante a realização de exercícios físicos. Esta limitação está relacionada, dentre outras coisas, com a fadiga da musculatura respiratória. O processo de fadiga desta musculatura durante o exercício físico gera a ativação de diversos reflexos fisiológicos que culminam na redução do fluxo sanguíneo aos músculos esqueléticos dos membros efetores da atividade, o que gera o acúmulo de subprodutos da contração muscular, resultando na queda do desempenho muscular. Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar a relação entre a força da musculatura respiratória e o desempenho físico aeróbio de jogadores de basquetebol em cadeira de rodas. Para tal, foram avaliados 19 homens, praticantes de basquetebol em cadeira de rodas (BCR), os quais foram divididos em dois grupos para as análises comparativas entre sujeitos sem controle de tronco (grupo sem controle de tronco – GSCT (n = 12)) e com (grupo com controle de tronco – GCCT (n = 07)) com faixas etárias de 31,67 ± 8,15 e 30,00 ± 6,06 anos, massa corporal de 65,41 ± 16,16 e 68,99 ± 14,90 kg, estatura de 1,59 ± 0,17 e 1,55 ± 0,24 m e índice de massa corporal de 25,64 ± 3,38 e 29,15 ± 6,05 kg/m2, respectivamente. Todos realizaram avaliação da função pulmonar por intermédio da espirometria, avaliação da força muscular respiratória (FMR) pela medida das pressões inspiratórias e expiratórias máximas (PImáx e PEmáx, respectivamente), e avaliação do desempenho físico aeróbio (DFA) pelo teste de 12 minutos para cadeirantes. Os resultados mostraram que os valores obtidos da PImáx em ambos os grupos e da PEmáx no GCCT foram superiores aos previstos. Na avaliação feita entre os dois grupos não foram observadas diferenças nas variáveis PImáx e distância percorrida no teste de 12 minutos, entretanto, foi observada diferença nos valores obtidos da PEmáx entre os dois grupos. Observou-se também forte correlação positiva entre a força muscular inspiratória (FMI) e o DFA (r = 0,66; r2 = 0,44; p = 0,002) e regular entre a força muscular expiratória (FME) e o DFA (r = 0,52; r2 = 0,26; p = 0,02). A partir dos valores da distância percorrida, 4 voluntários foram classificados com nível da capacidade física aeróbia acima da média e 8 apresentaram classificação média no GSCT, já no GCCT 1 voluntário apresentou classificação excelente, 5 acima da média e 1 teve classificação média. Conclui-se que os voluntários estudados apresentaram valores das pressões respiratórias máximas dentro ou acima dos preditos para suas idades e gênero, bem como correlação positiva entre estas pressões e a distância percorrida no teste de esforço, sugerindo que a força dos músculos respiratórios pode exercer influência sobre o DFA de jogadores de BCR.

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