Relação entre os hábitos alimentares e o nível de atividade fisica de escolares com excesso de peso e seus pais

Atualmente existem índices crescentes de crianças com excesso de peso e dados alarmantes sobre seus agravos à saúde. Deste modo, é necessário o conhecimento dos fatores que interferem no excesso de peso, como a realização de atividade física e os hábitos alimentares. OBJETIVOS: Verificar a relação dos hábitos alimentares com o nível de atividade física de escolares com excesso de peso e comparar estes achados com dos seus pais. MÉTODOS: 82 indivíduos foram avaliados: 41 crianças (21 do sexo masculino e 20 do feminino; média de idade de 8,82 ± 1,28 anos) e 41 pais (14 do sexo masculino e 27 do feminino; média de idade de 38,47 ± 6,32 anos) (nº CAAE: 40470814.0.0000.5515). Foram coletados o peso e altura das crianças, para classificação do índice de massa corpórea pela idade (IMC/idade) pelo Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional, além da aplicação de um questionário do perfil alimentar desenvolvido pelos autores e do Baecke Questionnaire of Habitual Physical Activity. Aos pais foi aplicado o mesmo questionário do perfil alimentar das crianças e um questionário sobre a prática de atividade física, feito pelos autores. Para análise dos dados foram realizados os testes de Shapiro Wilk, teste de Spearman, teste t de Student não pareado ou Mann Witney, sendo significativo os valores de p < 0,05. RESULTADOS: As crianças apresentaram média do IMC/Idade de 20,49 ± 4,54 kg/m², sendo 15 (36,58%) com risco de sobrepeso, 16 (39,02%) sobrepeso e 10 (24,39%) obesas. Não houve relação entre IMC/Idade e nível de atividade física, porém foi observada relação negativa significativa entre o consumo de frituras e os escores do Baecke (Exercícios físicos no lazer: p = 0,0206; Atividade no lazer e locomoção: p = 0,0145; Escore Total: p = 0,0048). Dentre os pais, 14 (34,14%) praticavam atividade física (caminhada de 30 a 60 minutos por uma a duas vezes na semana). Nas comparações dos hábitos alimentares entre pais e crianças, foi possível observar que as crianças consomem com maior frequência significativa frituras (p = 0,0067), doces (p = 0,0061) e frutas (p = 0,0035), além de apresentarem maior número de refeições diárias (p = 0,0002) que seus pais. CONCLUSÃO: Nas crianças com excesso de peso somente foi encontrada relação negativa entre o consumo de fritura e o nível de atividade física. Também foi observado maior número de refeições diárias com alimentos saudáveis e não saudáveis das crianças, comparadas aos pais, além da baixa adesão a prática de atividade física destes.

Acessar