Resumo

INTRODUÇÃO: O desenvolvimento de doenças metabólicas está associado a diferentes hábitos de vida com especial atenção para a qualidade da alimentação, consumo de álcool e nível de atividade física. Dentre as doenças metabólicas destacamos o diabetes tipo 2 por estar apresentando aumento na prevalência na população mundial (415 milhões de pessoas, sendo 195 milhões mulheres) o que poderia se associar com o desenvolvimento da esteatose hepática. Desta forma, a relação entre esteatose hepática, diabetes e síndrome metabólica em função do nível de atividade física não está totalmente esclarecida na literatura, principalmente em mulheres. OBJETIVO: Avaliar a relação entre a presença de esteatose hepática, síndrome metabólica, risco de desenvolvimento de diabetes tipo 2 e o nível de atividade física em mulheres. MÉTODOS: Foram avaliadas 454 mulheres (média de idade 36.6 ± 6.9 anos), que realizaram a revisão continuada de saúde do Hospital Israelita Albert Einstein entre janeiro e dezembro de 2011. Para avaliar a presença de esteatose hepática, foi realizado exame de ultrassonografia por médico especializado. A síndrome metabólica foi avaliada pela presença dos critérios de diagnóstico estabelecidos pela International Diabetes Federation. O risco de desenvolvimento de diabetes foi avaliado de acordo com a aplicação do questionário FINDRISC, podendo caracterizar o risco como baixo, moderado ou alto/muito alto. Para determinar o nível de atividade física, foi aplicado a versão curta do International Physical Activity Questionnaire (IPAQ), classificando os indivíduos em sedentários (que não realizam mínimo de 10 minutos semanais de atividade física), insuficientemente ativo (que realizam de 10 a 149 minutos semanais de atividade física) e ativos (que realizam mais que 150 minutos de atividade física semanais). A análise estatística foi realizada com teste qui-quadrado com p<0,05 e teste de Coeficiente de Yule; o programa utilizado foi o SPSS 17.0. RESULTADOS: Os dados mostram que mulheres que atingem a recomendaçãoo de realizar 150 minutos de atividade física semana apresentam menor prevalência de esteatose hepática (15,38%). 44,45% das mulheres com síndrome metabólica eram sedentárias e 44,45% eram insuficientemente ativas. Nenhuma mulher com risco alto/muito alto para desenvolvimento de DM2 realizava 150 minutos semanais de atividade física, 66,67% das mulheres eram sedentárias e 33,33% delas era insuficientemente ativas, indicando que cumprir a recomendação de atividade física da OMS pode ser considerada fator de proteção para tal. CONCLUSÃO: Considerando que a atividade física promove um fator de proteção de alterações no peso corporal, dislipidemia, aumento de HDL, os dados mostram que mulheres ativas apresentam menor prevalência de esteatose hepática, síndrome metabólica e consequentemente menor risco de desenvolvimento de DM2.

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