Resumo

Introdução: A Insuficiência Cardíaca (IC) é a via final de muitas doenças, representando assim, um importante problema de saúde pública. A redução expressiva de força muscular se faz presente nessa população, normalmente associada a perdas de massa muscular determinadas pela síndrome, gerando sintomas comuns como fadiga e dispnéia, reduzindo sua capacidade de executar as atividades da vida diária. O objetivo deste estudo foi verificar a relação das forças musculares respiratória e periférica com a limitação nas atividades de vida diária em pacientes com insuficiência cardíaca. Método: Nove sujeitos com diagnóstico de Insuficiência Cardíaca, com média de idade de 52,5(6), classe funcional II e III (NYHA) e FEVE de 25(8)%, recrutados no Ambulatório de Miocardiopatias do Instituto de Cardiologia de Santa Catarina, foram avaliados quanto a: função pulmonar, medidas antropométricas, pressão muscular inspiratória (PImax) e expiratória (PEmax), força muscular de membros inferiores (FMMI), e de membros superiores (FMMS), tempo despendido no teste de AVD Glittre (TGlittre), distância percorrida no teste da caminhada de seis minutos (TC6min), escores de dispnéia (Medical Research Council- MRC e London Chest Activity of Daily Living- LCADL) e qualidade de vida (Minessota Living with Heart Failure Questionnaire - MLHFQ). Resultados: A FMMI da amostra foi 29,7(6) kgf; 70,9(18)% do previsto, e a FMMS foi 354(87)N; 96,1(16)% do previsto. A PImax foi de 69,4(26); 65,6(22)% do previsto e a PEmax foi de 94,1(16); 78,4(26)% do previsto. O tempo médio do TGlittre foi 4,9(1,3)min e a distância no TC6min foi 417,6(97), que correspondeu a 80,4(17)% do previsto. O TGlittre mostrou forte correlação com a FMMI (r=-0,82 e p=0,06) e com o TC6min (r= -0,81 e p= 0,008), não apresentando associação com as demais forças musculares. O domínio atividades domésticas da LCADL se correlacionou com distância do TC6min (r=-0,79 e p= =0,01). A FMMS apresentou correlação significante com a PImax (r=0,76 e p=0,01) e com a FMMI (r=0,70 e p=0,03). Conclusão: Os resultados do presente estudo mostraram que os pacientes com IC estudados apresentam redução de força muscular inspiratória, expiratória e de membros inferiores. A força de membros inferiores mostrou estar fortemente relacionada à limitação nas AVD.