Resumo

A prática de exercícios e estilo de vida têm sido positivamente relacionadas com principais construtos da psicologia organizacional. Ademais, sugere-se que o aumento nos níveis desses construtos (satisfação no trabalho, engajamento e outros), tenha impacto na qualidade de vida no trabalho (QVT). No entanto, não há consenso na literatura sobre o conceito de QVT, dificultando a construção de formas de avaliação e o estudo das relações com outras variáveis. Devido à falta de consenso teórico QVT, bem como modelos de avaliação, o primeiro objetivo desse trabalho foi desenvolver uma nova escala de QVT, baseada nos construtos da psicologia organizacional (Satisfação no Trabalho –ST; Engajamento no Trabalho- ET; Comprometimento Organizacional – CO; Percepção de Suporte Organizacional – PSO e Bem-estar no Trabalho – BET). O segundo objetivo foi verificar as possíveis relações entre o exercício, estilo de vida os construtos citados e a QVT. Para tanto, dois estudos foram conduzidos, com uma amostra de 297 sujeitos. O primeiro estudo foi realizado para a validação do instrumento QVT, o qual demonstrou estrutura fatorial valida através de Análise Fatorial Exploratória. Os resultados apresentaram um instrumento válido de QVT, com três fatores (CO, PSO e BET) e altos índices de confiabilidade. O segundo estudo verificou as relações entre a QVT com estilo de vida e exercício, a partir da aplicação do instrumento de QVT validado, Estilo de Vida Fantástico (EVF) e IPAQ. Os dados foram analisados através de regressão linear múltipla. Os resultados demonstraram que o estilo de vida pode explicar parcialmente construtos da QVT, como BET e PSO, em especial, pelos domínios do EFV relacionados a saúde mental (introspecção, tipo de comportamento, família e amigos). No entanto, não foram obtidos modelos de regressão válidos, com relação a associação entre nível de exercício e QVT. Desse modo, concluiu-se que: (1) o novo instrumento de QVT, pautado nos construtos de CO, BET e PSO, é conceitualmente e estatisticamente válido; (2) que o estilo de vida geral é um potencial mediador da QVT e (3) que não há relação entre o nível de exercício e QVT nesse grupo, fato que deve ser explorado em pesquisas posteriores. 

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