Resumo

Este trabalho teve por objetivo sistematizar e analisar as principais questões discutidas em teses de doutorado e dissertações de mestrado, que enfocaram as relações etnicorraciais e o currículo escolar, desenvolvidas em programas de pós-graduação stricto sensu em Educação, entre os anos de 1987-2006. Para a seleção das produções acadêmicas que se tornaram objeto de nossa análise, utilizamos o Banco de Teses da Coordenador ia de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Tal levantamento levou-nos à identificação de 187 estudos, cujo objetivo central foi a discussão  acerca de relações etnicorraciais, focando a população negra. Partindo desse universo, delimitamos nosso foco de interesse no estudo das investigações que discutiram as relações etnicorraciais e os currículos escolares relacionados à educação básica dos sistemas oficiais de ensino do Brasil. A discussão sobre as relações etnicorraciais baseou-se em autores como Munanga (1996a, 2004a, 2004b); Gomes (2004, 2005, 2007); Gonçalves & Silva (2000, 2004); Cavalleiro (2005a, 2005b); Pinto (1987, 1993) e Silva (2001). A reflexão teórica acerca do currículo sustentou-se em autores como Sacristán (1999, 2000a, 2000b), Apple (1982), Giroux (1997) e McLaren (2000) e ofereceu a fundamentação que orientou nosso trabalho de seleção e análise da produção acadêmica sobre relações etnicorraciais e currículos escolares, resultando em um conjunto de 51 investigações. No entanto, tivemos acesso a 29 estudos, nos quais utilizamos o s referenciais da análise de conteúdo, por meio da análise categorial (BARDIN, 2 008). Como resultado, as investigações foram agrupadas em quatro categorias: o negro nos livros didáticos; relações etnicorraciais no currículo em ação; estereótipos, preconceito racial e discriminação racial no cotidiano escolar e o ensino da História e Cultura dos africanos e dos negros brasileiros nos currículos escolares. Por fim, destacamos que as discussões sobre relações etnicorraciais e os currículos escolares oferecem importantes possibilidades de repensar a escola
 

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