Resumo

O presente estudo observa que as oportunidades desiguais no cotidiano da educação física escolar apontam para corporeidades generificadas que se referenciam na excelência da habilidade técnica dos movimentos, normalmente conseguida pelos meninos. Dessa forma, tornase relevante investigar as representações de escolares do 4º Ciclo sobre os critérios de seleção utilizados para sua participação em aulas mistas. Através de uma perspectiva etnográfica, analisamos o discurso de doze adolescentes e observamos oitenta aulas em quatro Escolas Públicas Municipais do Rio de Janeiro. Verificamos que os critérios de seleção são definidos pela habilidade e técnica dos gestos esportivos e que os professores utilizam como referência desses gestos o padrão da habilidade masculina. Como as meninas, na sua maioria, não alcançam este perfil técnico, elas se mantêm excluídas das aulas mistas, mesmo quando o professor tem a preocupação de criar oportunidades iguais de participação.

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