Resumo

O nosso estudo surge a partir do notório crescimento da participação da mulher na sociedade, buscando uma grande ascensão social onde há predominância masculina, inclusive na capoeira. Ao longo do tempo, percebermos que o corpo feminino se tornou, historicamente, alvo de determinações e imposições, socialmente, às quais foi obrigada a se moldar, em busca de uma aceitação ou "normalidade". Por outro lado, e indo na contra-mão desta "normalidade" como podemos discutir sobre o corpo da mulher com necessidades especiais ou deficiente, numa sociedade de eficientes? Vistos como improdutivos, os deficientes são isolados e deixados a margem de um processo de construção histórica. Como então perceber e retirar da marginalidade um corpo teoricamente improdutivo, incapaz e assexuado: o corpo da mulher deficiente? Se as mulheres consideradas normais tiveram e têm grandes dificuldades em nossa sociedade, imagine as mulheres portadoras de alguma deficiência, mais especificamente a portadora de cegueira congênita. A movimentação corporal seja ela qual for, é um componente importante neste processo e deve fazer parte da realidade de todas as pessoas, respeitando a igualdade de direito e condição que deve ser propiciada com toda infra-estrutura para que as pessoas com necessidades especiais possam também desfrutar do bem-estar físico, mental e social que a atividade física proporciona.