Resumo

objetivo deste estudo foi investigar a reprodutibilidade e a validade da eletromiografia de superfície (EMG) como um método de identificação dos limiares fisiológicos. A validade foi investigada por meio da compa-ração com a resposta do lactato sanguíneo (LL1 e LL2) e parâmetros ventilatórios (LV1 e LV2) em protocolos incrementais do tipo degrau e rampa, respectivamente. Dezoito ciclistas bem treinados (25 ± 8 anos, 70,6 ± 7,7 kg, 177,2 ± 4,7 cm) realizaram uma série de testes incremen-tais em ordem aleatória: 1) dois testes incrementais degrau (30 W a cada 3 min) para identificar a potência máxima (Pmax), o consumo máximo de oxigênio (VO2max), a frequência cardíaca máxima (FCmax) e as intensidades referentes aos LL e LEMG; 2) dois testes incrementais rampa (2 W a cada 1 s) para identificar a Pmax, VO2max, a FCmax e as intensidades referentes aos LV e LEMG. O LEMG foi identificado por inspeção visual e modelos matemáticos. Foi utilizada estatística descri-tiva (média ± dp). Para verificar a normalidade dos dados, utilizou-se o teste de Shapiro-Wilk. O teste t de student para amostras pareadas, o índice de correlação intra-classe (ICC), o erro típico de medida (ETM) e o coeficiente de variação do ETM (ETMCV) foram utilizados para análi-se de reprodutibilidade. Para a validade, utilizou-se a análise de variân-cia “one-way” para dados repetidos (ANOVA), a correlação de Pearson (Matrix) e a análise de concordância de Bland e Altman. O nível de significância foi p<0,05. O LEMGvisualrampaRF apresentou alta reproduti-bilidade, com baixa variabilidade intra-individual (ETMCV=3,5%) e significativas correlações (ICC=0,90; p<0,05); assim como o LEMGvisu-aldegrauRF (ETMCV=4,9%; ICC=0,83; p<0,05); o LV2 (ETMCV=2,6%; ICC=0,0,96; p<0,05); e o LL23,5 (ETMCV=2,1%; ICC=0,96; p<0,05). O LEMGvisualrampaRF (323±34 W; 79±5 % Pmax) não apresentou diferença significativa em relação ao LV2 (310±42 W; 76±7 % Pmax), com signi-ficativas correlações (r=0,57; p<0,05) em 16 sujeitos, contudo houve alta variabilidade individual pela análise de concordância. O LEMGvisu-aldegrauRF (277±30 W; 85±5 % Pmax) não apresentou diferenças significa-tivas em relação ao LL23,5 (262±31 W; 80±4 % Pmax), com significati-vas correlações (r=0,64; p<0,05) em 11 ciclistas, mas com alta variabili-dade individual. Em ciclistas competitivos, o LEMG identificado por inspeção visual em protocolo rampa e degrau apresenta alta reprodutibi-lidade. O LEMG apresenta validade para estimar o LV2 e LL2 quando analisados os valores médios, contudo a baixa concordância entre os valores individuais pode limitar a sua utilização.

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