Resumo

David Le Breton é professor da Universidade de Estrasburgo II e possui várias obras publicadas na França. No Brasil, são encontrados os livros “Adeus ao corpo: antropologia e sociedade” publicado pela Editora Papirus e o livro “Sociologia do Corpo” publicado pela Editora Vozes. Esta resenha refere-se à primeira edição da obra intitulada “As paixões ordinárias: antropologia das emoções”, publicada em 2009 no Brasil, também pela Editora Vozes. A obra analisada traz contribuições emblemáticas para o debate sobre a desnaturalização das emoções. Sem cair no determinismo biológico, tampouco no determinismo cultural, David Le Breton faz uma incursão no entrelaçamento entre 542 Rev. Bras. Ciênc. Esporte, Florianópolis, v. 33, n. 2, p. 541-544, abr./jun. 2011 corpo, natureza e cultura e traz argumentos sólidos sobre a articulação do orgânico com o simbólico, da razão com a emoção. Organizado em seis capítulos, o livro de Le Breton inicia com a seguinte citação de Maurice Merleau-Ponty (1908-1961): “Pode-se se dizer que, no homem, tudo é ao mesmo tempo fabricado e natural [...].” (MERLEAU-PONTY, 1945 apud LE BRETON, 2009, p. 5). Apoiado nesse pensamento, o autor retoma obras importantes do filósofo francês, como “Fenomenologia da Percepção”, “Signos” e “Visível e o Invisível”, abordando a complexa condição humana. Reconhece o corpo como carne no mundo capaz de se transformar constantemente. Por meio de suas experiências sensíveis, o corpo produz conhecimento e se relaciona com quem está a sua volta. O autor, além de reconhecer a diversidade cultural, também aponta algumas semelhanças entre diferentes sociedades. 

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