Resumo

INTRODUÇÃO: A frequência cardíaca (FC) no teste anaeróbio máximo de corrida (MART) expressa o comportamento autonômico cardíaco em exercício. Ainda não foi investigado se tais respostas cronotrópicas apresentam associação com o desempenho aeróbio e anaeróbio. 
OBJETIVOS: Descrever a resposta cronotrópica cardíaca durante o MART nos segundos iniciais de estímulo (FCON) e de recuperação (FCOFF) e estabelecer a associação entre as variáveis cronotrópicas com o desempenho aeróbio e anaeróbio. 
MÉTODOS: Foram voluntários 13 homens assintomáticos e fisicamente ativos, com 25,1 ± 4,9 anos, 76,8 ± 12,5 kg, 178,4 ± 9,0 cm e 50,6 ± 4,1 mL×kg‑1×min‑1. Na primeira visita, após a anamnese e medidas antropométricas, foi realizado um teste cardiopulmonar de exercício (TCPE) com monitoração direta dos gases expirados. Na segunda visita, foi feita uma familiarização ao MART e na terceira, o teste de MART conduzido até a exaustão. 
RESULTADOS: A FC de recuperação (58 ± 20 bpm) comparada à FC de pico alcançada no primeiro e no último estágio de MART (39 ± 14 bpm) apresentou maior inclinação, resultando em maior amplitude de variação ao longo do teste, caracterizando diferenças significativas (P = 0,0017). A FCON apresentou entre o momento inicial, meio e final do MART diferenças significativas (inicial versus final, p = 0,007). Para FCOFF foram encontradas diferenças significativas do início com o meio (p = 0,035) e do início com o final (p = 0,005) do teste. As correlações entre as variáveis cronotrópicas e de desempenho não apresentaram significância estatística (P < 0,05), assim como com as variáveis de desempenho. 
CONCLUSÃO: O MART parece ser um modelo de sobrecargas fisiológicas adequado para investigação da modulação autonômica cardíaca. Observou-se atuação do sistema parassimpático mesmo em cargas supramáximas até o final do teste.

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