Resumo

Introdução: O envelhecer propicia um declínio da função neuroendócrina, resultando
na redução da massa e força muscular. O Treinamento Resistido (TR) vem sendo
apontado como uma intervenção eficaz em retardar esse processo, entretanto, a
intensidade de treinamento ideal ainda é controversa.A testosterona (TT), o cortisol
(CT) e a razão Testosterona/Cortisol (RTC) são variáveis representativas do balanço
entre o anabolismo e o catabolismo, e suas respostas agudas favorecem adaptações
induzidas pelo TR. Dessa forma, o objetivo do presente estudo foi verificar os
efeitos de diferentes intensidades de exercícios resistidos nas respostas agudas de
TT, CT e RTC em idosas. Metodologia:A amostra foi composta por 15 idosas com
idade entre 63 e 67 anos, fisicamente independentes e não engajadas em exercícios
físicos há pelo menos 6 meses. As idosas participaram de duas sessões de exercícios
resistidos e uma sessão controle, realizadas em ordem randomizada. As sessões
foram assim compostas: 2 séries de 13 repetições a 50% de 1-RM (G50); 2 séries de
8 repetições a 80% de 1-RM (G80); e outra visita sem a realização de exercícios
(GC). O volume foi equacionado entre G50 e G80. Para verificar os níveis de TT,
CT e RTC foram coletadas amostras de sangue em tubos contendo EDTA. As
mensurações foram realizadas pré (T1), logo após (T2), 3 horas pós (T3) e 48 horas
pós-exercício (T4).As respostas TT, CT e RTC foram testadas através da ANOVA
para medidas repetidas. As dosagens sanguíneas de testosterona e cortisol foram
realizadas pelo método de quimioluminescência. Resultados: Não foram observadas
diferenças significativas nos níveis de TT intra e inter intensidades. Em relação ao
CT foi observada diferença significativa entre as intensidades. Entre os períodos
foram encontradas diferenças significativas entre T1 e T3 no G50 (9,1 e 8,3) e T1 e
T3 no G80 (6,7 e 8,4) e no GC nos tempos T1 e T3, e T2 e T3, T2 e T4 (5,6 e 3,3)
e entre T3 e T4 (3.3 e 8,1). Em relação à RTC não foram observadas diferenças
significativas entre as sessões, entretanto, no G80 observou-se aumento significativo
da RTC entre os períodos T1 e T3 (3,73 e 4,46). Conclusões: Em idosas, nenhuma
das sessões promoveu aumento significativo dos níveis de CT ou TT. Não houve
diferença significativa entre as intensidades com relação à RTC, todavia, a sessão
realizada a 80% de 1-RM induziu um aumento significativo dessa razão 3 horas
pós-exercício, sugerindo uma resposta positiva do ponto de vista neuroendócrino.

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