Resumo

O objetivo do presente estudo foi analisar as respostas agudas de parâmetros biomecânicos à utilização de diferentes tamanhos de palmar no nado crawl. Foram selecionados 14 nadadores homens (idade: 20.0 ± 3.7 anos, altura: 1.84 ± 0.08 m, massa corporal: 76.3 ± 8.6 kg, melhor tempo nos 100 m livre: 53.70 ± 0.87 s) competitivos em nível nacional. Para avaliação da força propulsora foram realizados 02 esforços máximos de 10 s no nado completamente atado. Em cada um foram analisadas 08 braçadas consecutivas, de onde se extraiu os valores médios de força pico (Fpico), força média (Fméd), taxa de desenvolvimento de força (TDF), impulso (ImpF), duração da braçada (DUR), tempo para atingir a força pico (TFpico) e força mínima (Fmín). Os nadadores também realizaram 02 esforços máximos na distância de 25m para obtenção da velocidade média em 15m (VM15m) (foram desprezados os 07 primeiros e 03 últimos metros), da frequência (FB15m) e do comprimento de braçadas (CB15m). Ambos os protocolos foram repetidos em 05 situações, a saber: livre de material (LVR), com palmar pequeno (PP, 280 cm²), médio (PM, 352 cm²), grande (PG, 462 cm²) e extragrande (PGG, 552 cm²). A ANOVA one way e o teste de Kruskal-Wallis foram adotados para comparar as situações. Quando detectado um efeito significante, recorreu-se ao teste de post-hoc de Scheffé (dados paramétricos) ou ao teste de Mann-Whitney com ajuste de Bonferroni (dados não-paramétricos) para localização das diferenças. Foi adotado um nível de significância de 5%. O aumento artificial da área da mão possibilitou o deslocamento de uma maior massa de água ocasionando um incremento significante na Fpico nas comparações LVR x PG, LVR x PGG e PP x PGG. Com isso, houve uma diminuição da velocidade da mão, que repercutiu em um aumento da DUR nessas mesmas comparações. Fméd e/ou TDF não apresentaram modificações significantes devido às alterações concomitantes das variáveis cinéticas e temporais que as influenciam. Esse resultado da TDF, aliado ao aumento do ImpF (principal variável associada à velocidade) nas comparações LVR x PG, LVR x PGG e PP x PGG, pode indicar que PG e PGG propiciam o desenvolvimento da propulsão sem ocasionar prejuízos aparentes na capacidade explosiva dos nadadores. O TFpico aumentou de LVR para PGG e PP para PGG devido ao aumento da Fpico e da diminuição da Fmín. A Fmín diminuiu significantemente apenas de LVR para PGG, apontando para uma possível alteração da relação entre o início e término da propulsão de ambos os braços. A ausência de alterações significantes na VM15m pode estar associada ao aumento do arrasto de onda. A FB15m diminuiu significantemente de LVR para PGG e de PP para PGG, enquanto o CB15m apresentou um comportamento exatamente inverso nas mesmas comparações. Conclui-se que, de forma aguda, o tamanho do palmar influencia principalmente a magnitude da força propulsora gerada e o seu comportamento ao longo do tempo 

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