Resumo

Introdução: O kettlebell (KB) é uma ferramenta, de origem Russa, que vem sendo utilizada para trabalho de força, flexibilidade e potência. Trata-se de uma bola de ferro com uma alça. Existem poucos estudos que tratam das respostas cardiopulmonares envolvidas nesse tipo de esforço. Objetivo: Comparar as magnitudes do VO2 (Consumo de Oxigênio) e FC (Frequência Cardíaca) alcançados por meio dos exercícios com KB (swing e clean) em relação às respectivas respostas máximas e ao limiar anaeróbio ventilatório (LAV) de mulheres praticantes de KB; comparar o gasto calórico entre os dois exercícios, o comportamento das variáveis FC, VO2 e RTR (Razão de Troca Respiratória), e o ritmo de execução em função do tempo de teste (5 minutos). Métodos: Foram recrutadas 12 mulheres, treinadas há pelo menos seis meses em exercício com KB. Foi realizado um teste cardiopulmonar de exercício em esteira (TCPE), um teste de 5 minutos contínuos de exercício swing (com duas mãos) e um teste de 5 minutos de exercício clean, utilizando KB de 12 kg. Utilizou-se o teste t de Student para comparar a FC, VO2, e gasto calórico entre os dois exercícios. Por meio da análise de variância de uma via (ANOVA one way) comparou-se o VO2 no swing e clean com o VO2 no LAV. Foi utilizada análise de variância de duas vias com medidas repetidas (ANOVA) para comparar o comportamento das variáveis de VO2, RTR e FC a cada 20 segundos dos dois testes com KB e para comparar o ritmo de execução, seguida do post-hoc de Tukey (p<0.05). Utilizou-se o teste de correlação de Pearson para relacionar a variável VO2 com FC, por meio do programa Excel. Os dados são apresentados em média±desvio padrão (DP). Resultados: Não houve diferença entre o swing e o clean para o VO2 e FC e ambos os exercício apresentaram exigência suficiente (magnitude percentual) para estimular o sistema cardiopulmonar (VO2 a 75% e 77% do máximo e FC a 93% e 95% da máxima para swing e clean, respectivamente); ambas as respostas ficaram acima do LAV das participantes, com gasto calórico semelhante entre o swing e clean (40.0± 0.4 kcal). Quanto às respostas relativas ao comportamento não houve diferença entre o swing e o clean para as variáveis estudadas em nenhum momento do teste de 5 minutos, havendo diferença significativa apenas para o ritmo de execução dos exercícios (41±1 repetições por minuto-swing e 24±3-clean). Foi encontrada correlação significativa positiva forte entre o VO2 e a FC em ambos os exercícios. Conclusões: Os dados sugerem que tanto o swing quanto o clean apresentam estímulo agudo ao sistema cardiopulmonar suficiente para possíveis adaptações aeróbias crônicas; já que tiveram respostas acima do LAV das participantes, estando de acordo com a intensidade recomendada pelo Colégio Americano de Medicina do Esporte (ACSM) para a melhora da aptidão cardiorrespiratória.

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