Resumo

Respostas defensivas de imobilidade corporal em humanos, caracterizadas por diminuição da oscilação postural e respostas cardíacas específicas, foram descritas durante a observação de imagens emocionais aversivas. Nesse contexto, imagens de posturas e de movimentos corporais que possam sobrecarregar a coluna vertebral também poderiam ser percebidas como prejudiciais e provocar respostas defensivas em pessoas com dor lombar crônica (DLC). Dessa maneira, o presente estudo teve como objetivo investigar o controle postural, a frequência cardíaca e a frequência respiratória, durante a observação de estímulos visuais emocionais aversivos e neutros em voluntários com DLC. Vinte e oito indivíduos com DLC e 28 participantes do grupo controle responderam questionários relacionados à dor lombar e, posteriormente, observaram imagens projetadas numa tela enquanto permaneciam de pé sobre uma plataforma de força. No experimento 1 foram apresentadas 20 imagens com posturas e movimentos envolvendo sobrecarga na coluna vertebral (bloco lombar) e 20 imagens de indivíduos na postura em pé (bloco postura neutra). No experimento 2 foram utilizadas imagens de corpos mutilados (bloco mutilados) e objetos (bloco objetos). Em seguida, os participantes avaliaram as dimensões emocionais de valência e alerta relacionadas a cada imagem. No experimento 1, houve interação estatisticamente significativa nos fatores grupo (DLC vs. controle) e estímulo emocional (bloco lombar e bloco postura neutra), com o grupo DLC mostrando menor área/desvio padrão e maior frequência média AP no bloco lombar que no bloco postura neutra, caracterizando uma estratégia de imobilidade postural. No grupo controle, houve maior área/desvio padrão e menor frequência média AP das oscilações corporais no bloco lombar que no bloco postura neutra, sugerindo contágio motor dos movimentos ou posturas observados. No experimento 2, as respostas posturais do grupo controle apresentaram o padrão esperado de respostas defensivas durante o bloco mutilados (menor área/desvio padrão no eixo AP e menor FC), corroborando os achados da literatura, fato que não ocorreu no grupo DLC. Dessa forma, os resultados confirmaram o impacto dos aspectos emocionais no controle postural de pessoas com dor lombar.

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