Resumo

O controle contínuo do treinamento e do rendimento é importante para o sucesso esportivo. O estudo avaliou as alterações hormonais e de desempenho de nadadores submetidos a programa de treinamento periodizado. Foram avaliados 8 nadadores (sendo 2 mulheres) com idade de 15,75 ± 2,25 anos, massa corporal de 60,53 ± 7,96 kg e estatura de 170,31 ± 7,98 cm. O experimento ocorreu durante 15 semanas de treinamento. Os hormônios testosterona, cortisol, hGH, IGF-I e a razão T/C foram avaliados em 16 momentos. Antes do período experimental (M0) e durante toda a sua duração (M1 a M15). As coletas de sangue realizaram-se entre 6:30 e 7:00 horas, após 40 a 45 horas de repouso e jejum de ao menos 10 horas. Os testes específicos avaliaram a velocidade, resistência aeróbica e resistência de velocidade em quatro momentos distintos. O teste de velocidade compreendeu 2 repetições de 15 metros com intervalo de 3 minutos. Nos testes de resistência aeróbica o atleta percorreu a distância de 1500 metros no menor tempo possível. O teste de resistência de velocidade consistiu em 4 repetições de 50 metros com intervalo de 10 segundos. Em todas as avaliações físicas, foi utilizado o nado de crawl. O tratamento estatístico foi realizado no pacote Statistical Package for the Social Sciences (SPSS 16.0). O teste de Shapiro-Wilk verificou a normalidade da amostra. Utilizou-se da média, mediana, desvio padrão e coeficiente de variação. Quando o coeficiente de variação (CV) foi maior do que 25% utilizamos a mediana como medida de tendência central. Realizou-se Anova One Way com teste Post Hoc de Tukey buscando diferença entre as variáveis e do Coeficiente de Correlação do Momento Produto de Pearson (r) para cada uma das coletas e com os resultados em um único grupo. A diferença para a resposta do hGH em cada microciclo foi através do teste não paramétrico de Friedman para amostras repetidas e as correlações entre os dados realizou-se pelo teste de Spearman. Em todos os casos admitiu o nível de significância de p < 0,05. Foi encontrado melhora no tempo de repetição dos testes de resistência de velocidade e resistência aeróbica, apesar de não significativa (p = 0,98 e p = 0,63). Os valores de referência para o macrociclo foram de 570,84 ± 118,09 nmol/L para o cortisol, 15,51 nmol/L para a testosterona, 0,23 ng/mL para o hGH, 50,83 nmol/L para o IGF-I e 0,030 nmol/L para a razão T/C. Não encontramos diferença significativa do cortisol (p = 0,023), testosterona (p = 1,00), hGH (p = 0,063), IGF-I (p = 0,10) e T/C (p = 1,00) durante o macrociclo. Encontramos alta e significativa correlação entre a razão T/C e a testosterona (r = 0,92 e p < 0,001). Foi sugerida a dinâmica do "U alongado" para o comportamento dos hormônios. O hGH que apresentou comportamento mais atípico. A primeira elevação foi conseqüência do aumento inicial da carga de treinamento e a segunda, pela sua diminuição ao final do macrociclo. No período central do programa houve uma queda e estabilização deste comportamento. Esta estabilização foi encontrada em outros estudos e ocorre como processo de adaptação fisiológica ao estímulo oferecido.

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