Resumo

A prática regular de exercícios promove melhora da força muscular e dispneia em pacientes com DPOC, no entanto, os efeitos do treinamento sobre distúrbios inflamatórios e metabólicos não estão claros. OBJETIVO: Comparar os efeitos do treinamento de resistência utilizando aparelhos de musculação e resistência elástica (bandas e tubos) nas respostas inflamatórias e metabólicas de pacientes com DPOC. MÉTODOS: Quarente e oito pacientes (31 homens) com DPOC foram distribuídos aleatoriamente em três grupos: treinamento com bandas elásticas (GBE), com tubos elásticos (GTE) e com equipamentos de musculação (GM). GBE e GTE foram analisados em conjunto (grupo elástico (GE)). Os treinamentos foram realizados três vezes por semana durante 12 semanas, a carga baseada em repetições máximas (RM) (1ª semana: 2 x 15 RM; 12ª semana: 3 x 15 RM) com progressão de acordo com a percepção individual de esforço, em ambos. Os participantes foram avaliados quanto à função pulmonar (espirometria), força muscular periférica (dinamometria digital), perfil inflamatório (IL-6, TNF-α, IL-10, IL-15 (imunoensaio)) e metabólico (glicose, triacilglicerol, colesterol total, HDL-c e albumina (colorimétrico enzimático)). Foram coletadas amostras sanguíneas para avaliar as respostas agudas e crônicas após 12 semanas de protocolo de treinamento. Para análise dos dados foi utilizado análise de variância de medidas repetidas (ANOVA) misto com post-hoc de Bonferroni. RESULTADOS: A idade média dos pacientes foi de 69,35 ± 8,97 anos para GE e 64,88 ± 11,17 anos para GM (p = 0,13), volume expiratório forçado no primeiro segundo de 50,69 ± 16,67% do predito para GE e 45,40 ± 15,15% para GM (p = 0,28). Ambos os treinamentos promoveram aumento da força muscular (p < 0,05) sem diferenças entre os grupos. A resposta aguda a uma sessão exercício realizada após 12 semanas de treinamento demonstrou melhora do comportamento inflamatório quando comparado à sessão inicial, sem diferenças entre os grupos (p > 0,05). Quanto aos efeitos crônicos, observou-se diminuição da concentração de todas as citocinas, exceto IL-10 (p < 0,05). Houve redução na concentração de glicose (p < 0,01), sem diferenças entre os grupos (p = 0,30) e diminuição do triacilglicerol para GE (p < 0,01). CONCLUSÃO: De forma aguda, uma sessão de exercício realizada após 12 semanas de treinamento demonstrou melhora do comportamento inflamatório quando comparado à sessão inicial. Cronicamente, ambos os grupos apresentaram efeitos anti-inflamatorios.

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