Resumo

Introdução: O exercício aeróbio combinado à restrição de fluxo sanguíneo (EA+RFS) tem sido utilizado como uma alternativa aos métodos tradicionais de treinamento de alta intensidade, porém, no que concerne as respostas metabólicas, tem se verificado que a falta de padronização nos protocolos de observação das pesquisas com EA+RFS tem resultado em conclusões limitadas, no consumo excessivo de oxigênio pós-esforço (EPOC), no gasto energético e na utilização de substrato energético durante e após sessões de treinamento. Objetivo: analisar as respostas metabólicas durante e após sessões de exercício aeróbio (EA) de baixa intensidade com restrição de fluxo sanguíneo (RFS) e intervalado de alta intensidade. Materiais e Métodos: trata-se de uma pesquisa quase-experimental com delineamento cruzado (cross over) e aleatorizado, a amostra foi composta por vinte e dois atletas recreacionais (idade: 24,2 ± 2,8 anos; massa corporal: 75,2 ± 8,2 kg; estatura: 176,6 ± 5,6 cm; índice de massa corporal: 24,1±1,9 kg/m²; e gordura corporal: 15,6± 5,1 %), foram submetidos a quatro condições experimentais com wash out de sete dias entre as mesmas: 1) CC+RFS ? caminhada contínua a 40% do consumo pico de oxigênio (VO2pico) com 50% de RFS , 2) CC - caminhada continua a 40% do VO2pico, 3) EIAI ? exercício intervalado de alta intensidade com seis séries de 90 segundos a 80% do VO2pico e intervalo ativo de 90 segundos de caminhada a40% do VO2pico e 4) RFS ? apenas a aplicação da técnica da RFS sem realização de exercício. Os protocolos experimentais tiveram a duração de 18 minutos. O ar expirado foi coletado durante 5 minutos antes do início das sessões (repouso), durante os protocolos (18 minutos) e até 60 minutos após o término da sessão. O gasto energético aeróbio da sessão foi mensurado pela calorimetria indireta e o EPOC por meio do VO2, já o QR durante e pós sessão foi mensurado por meio da razão da produção de dióxido de carbono pelo consumo de oxigênio. Resultados: verificou-se que o GEA no protocolo EIAI foi significativamente maior que o protocolo CC+RFS, CC e TRFS (p< 0,05), durante a sessão de exercício (18 minutos), no entanto, pós sessão não houveram diferenças significativas entre o protocolo EIAI vs. CC+RFS (p> 0,05). Observou-se interação significativa entre protocolo x tempo, no protocolo e no tempo para as variáveis da FC, VO2, QR e EPOC (p< 0,001). Na interação protocolo, após análise post hoc verificou-se que a FC, VO2, QR no protocolo de EIAI foi significativamente maior que os protocolos de CC+RFS; CC e TRFS ao longo dos 18 minutos da sessão. No EPOC não houve diferença significativa entre o EIAI e CC+RFS, no entanto ambos os protocolos foram significativamente maiores que a CC e a TRFS até o 20º minuto pós sessão. Conclusão: o protocolo CC+RFS proporcionou um gasto energético e um EPOC maior do que em uma sessão com a mesma intensidade sem RFS. 

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